Mercado em NY em queda livre e não há sinais de recuperação

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O mercado futuro de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) continua em queda livre, apesar da ausência de novidades. Os contratos tiveram forte desvalorização de mais de 6% ontem, fechando abaixo de 130 cents.

Conforme a consultoria Pharos, gestora de risco em commodities, a umidade no solo na região produtora de café arábica tem se mostrado mais do que suficiente para manter o enchimento dos grãos e o processo de maturação até o época de colheita.

Segundo a Pharos, algum estrago aos grãos ocorreu durante os meses de dezembro e janeiro, porém, “a visão do mercado é de um safra satisfatória acima de 34 milhões de sacas de 60 kg para o arábica, que se juntará em poucos meses ao estoque internacional, por enquanto elevado”.

A Somar Meteorologia informa que as chuvas continuam concentradas sobre a parte norte da Região Sudeste, atingindo principalmente a área da zona da mata dos Estados de Minas e do Espírito Santo.

“No fim de semana uma nova frente fria avança pelo Sul até o Estado do Paraná e atinge São Paulo no domingo”, prevê a Climatempo.

A consultoria acrescenta, ainda, que o quadro técnico é negativo. Os contratos preencheram o gap entre 138,05 cents e 141,20 cents, formado em 3 de fevereiro de 2014.

O suporte é de 128,80 cents e 119 cents. Indicadores gráficos, no entanto, mostram o mercado sobrevendido, sugerindo correção.

O real brasileiro enfraquecido em relação ao dólar contribui para enfraquecer os preços. O arábica em Nova York é cotado na moeda norte-americana, o que melhora a remuneração do produtor brasileiro, na moeda local. Ontem o dólar encerrou na máxima, pelo segundo dia consecutivo, a R$ 2,9190 (alta de 0,90%), nível mais alto desde 3 de setembro de 2004.

Segundo a Pharos, o estoque internacional de café continua alimentado pela forte exportação de Brasil e da América Central.

“Os altos preços do último ano ofereceram uma boa oportunidade para os produtores adiantarem suas vendas e, por sua vez, os exportadores repassarem para o países consumidores”, informa.

Os futuros de arábica em Nova York mantêm a sequência de queda. Dos últimos 11 pregões, 9 foram de perdas. Maio/15 encerrou ontem em forte baixa de 860 pontos (6,22%) a 129,75 cents por libra-peso. A máxima foi de 139,20 cents (mais 85 pontos). A mínima alcançou 128,80 cents (menos 955 pontos).

Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) informam que as cotações do arábica no mercado físico brasileiro voltaram a cair ontem.

O indicador Cepea/Esalq do tipo 6, bebida dura, posto na capital paulista, fechou a R$ 425,34/saca de 60 kg, baixa de 1,63% em relação ao dia anterior. O dólar finalizou a R$ 2,9190, valorização de 0,90% no mesmo período.

Houve pequeno avanço nos preços do robusta, mas os negócios continuam restritos. O indicador Cepea/Esalq do tipo 6, peneira 13 acima, fechou a R$ 295,51/saca de 60 kg, leve alta de 0,80% no dia.

O tipo 7/8, bica corrida, ficou em R$ 283,55/saca, ligeira alta de 0,55% na mesma comparação – ambos à vista e a retirar no Espírito Santo

Fonte: Agência Estado

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