LAVOURAS TÊM REDUÇÃO GRADUAL DE CHUVAS NO OUTONO

O verão terminou marcado pelo grande contraste. A primeira parte da estação foi caracterizada pela forte estiagem em toda a região Centro-Norte, enquanto o Sul acumulava índices elevadíssimos de chuvas. Já na outra metade, a situação se inverteu: as chuvas retornaram às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, enquanto no Sul a ausência de chuvas regulares e em bons volumes já trazia apreensão aos produtores de grãos.

 

Na última semana do verão veio a grande “invernada” – dias de tempo chuvoso e com queda da temperatura máxima, que até então não tinha ocorrido sobre as regiões produtoras do Sudeste e Centro-Oeste e trouxe danos em várias lavouras de soja e atrapalhou a finalização do plantio do milho safrinha. Inclusive, até alguns produtores desistiram de plantar toda a área destinada ao cereal.

lavouras

Essas intempéries climáticas ao longo da última estação causaram perdas significativas, desde as pastagens, grãos a até mesmo nas culturas perenes como café, cana de açúcar e laranja. As perdas variaram muito de região para região e de cultura para cultura, mas todos os plantios sofreram e ainda sofrerão reduções em seus potenciais produtivos.

Como será o outono no setor agrícola?

O outono começou na sexta-feira, dia 20, e deverá ser marcado pela redução gradual dos volumes de chuvas em toda a região central e norte do Brasil, além da volta de chuvas mais volumosas no Sul.

Como as águas equatoriais do Oceano Pacífico ainda estão ligeiramente acima da média, as chuvas não devem desaparecer por completo, principalmente em abril, que será o mês mais chuvoso da estação nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, enquanto no Sul a chuva deve chegar em junho.

Total de chuva previsto para abril de 2015

Chuva prevista para abril de 2015

O prolongamento das precipitações favorecerá o desenvolvimento do milho safrinha, que poderá ter novamente uma boa safra. Só não será acima da média, pois muito milho foi plantado fora da janela ideal, isto é, após o dia 10 de março. Com isso, há uma redução natural do potencial produtivo das lavouras, por conta da redução na quantidade total de horas de brilho solar que as lavouras acumulam ao longo de seu ciclo.

mapa maio

Chuva prevista para maio de 2015

Além de beneficiar as lavouras da 2ª safra, a continuidade das chuvas também vai colaborar com a colheita da cana de açúcar e do café, já que os modelos meteorológicos não sinalizam períodos mais longos de chuvas, apenas passagens rápidas de frentes frias que causarão chuvas rápidas, suficientes para manter o solo com o mínimo de umidade necessário para desenvolvimento das plantas e para não inviabilizar os trabalhos de colheita.

Marco Antonio dos SantosMarco Antonio dos Santos é agrometeorologista, graduado como engenheiro agrônomo pela Faculdade de Agronomia e Zootecnia Manoel Carlos Gonçalves, mestre em agrometeorologia pelo IAC, doutor em agrometeorologia pela ESALQ e consultor no segmento agrometeorológico para as empresas: de insumos, trades e bancos. Desde 2008 é colaborador da Somar Meteorologia. 

Fonte: Tempo Agora

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *