Importação de sacarias preocupa setor de fibras

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A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Fibras Naturais, do Ministério da Agricultura, realizou, na terça-feira, a sua primeira reunião. O principal assunto foi algo de que o Governo se esquivava já há algum tempo: a abertura do mercado brasileiro à importação de sacarias feitas de fibra. A Câmara reúne representantes de mais de 15 instituições das cadeias produtoras de juta, malva, piaçava, seda, bambu e sisal.

Na reunião, a presidente da Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru-AM (Coomapem), Eliana Medeiros, representante da produção de juta e malva no Amazonas, deixou clara a preocupação com "a importação, principalmente porque expandimos recentemente a atividade para mais cinco municípios do estado". A dirigente amazonense informou que, no seu Estado, mais de 40 mil pessoas dependem da venda da fibra, matéria-prima empregada na fabricação de sacarias.

Os dados da cooperativas, porém, divergem muito daqueles apresentados em julho de 2010 pelo Governo: 15 mil famílias na Região Norte, sendo10 mil no Amazonas e, 5 mil, no Pará.

Na mesma época, o secretário-executivo do Instituto de Fibras da Amazônia (Ifibram), Arlindo Leão, comentou que, na melhor época da produção brasileira de juta, 1980/81, 95 mil toneladas da fibra passaram pelas linhas de processo das 30 indústrias que operavam no país. De lá para cá, a indústria entrou em crise, em função do acelerado processo de substituição da vibra vegetal pela de plástico – fabricada a partir de derivados do petróleo fornecidos pela indústria petroquímica. As três que sobraram em operação processaram, em 2009, 8 mil toneladas, queda de 91,6% em relação a 1980/81. Para o ano passado, a perspectiva era melhor: aumento de 50%.

Embrapa chamada para estruturar

O integrantes da Comissão Setorial da Cadeia Produtiva de Fibras Naturais que não integram o Governo propuseram a participação e o apoio direto da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa – estatal do Ministério da Agricultura) nas reuniões para aprofundar os estudos sobre a produção de fibras.

O presidente da Câmara Setorial, Wilson Andrade, assumiu o compromisso de solicitar à Embrapa a criação de uma unidade específica para tratar de fibras naturais, de acordo com a presidente da Coomapem. Wilson Andrade, por sua vez, concordou que a participação da Embrapa será fundamental para a colocação das fibras naturais no mercado interno e "combater as dificuldades que temos na exportação".

A rodada seguinte dessa Câmara será em 17 de novembro, em Salvador (BA). A sessão coincidirá com o Encontro Internacional de Fibras Naturais.

Ufla no PR

Os cafeicultores do Paraná realizarão, dia 21, o 4º Encontro de Produtores de Café, em Maringá, organização pela Cocamar. Os cafeicultores locais terão palestras de pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Fábio Moreira da Silva e Edson Ampélio Pozza, que abordarão os temas "Desafios na mecanização" e "Manejo de cercospora para a qualidade". A cooperativa espera reunir 250 produtores. No dia será entregue o Prêmio Talento de Produtividade para os cinco cafeicultores que se destacaram este ano na área da cooperativa.

Fonte: Coluna do Nairo (Hoje Em Dia)

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