Grão miúdo amplia queda na safra de café em área de SP e MG

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A colheita de café arábica está rendendo menos que o esperado em cidades da região de Ribeirão e em lavouras de Minas Gerais e Espírito Santo. O motivo é o tamanho do grão, menor que a média.

Segundo as cooperativas de cafeicultores, os produtores estão deixando de lucrar com a commodity, que atingiu neste ano o recorde em sua cotação -R$ 555,19 a saca, no início de maio.

A produção "encolheu" porque, com grãos miúdos, é preciso mais café para preencher uma saca de 60 kg. Isso fez com que, na Alta Mogiana, a quebra chegasse a 30%, além da já prevista pela bienalidade da cultura -um ano produz muito e, em outro, pouco. O tipo arábica é o predominante na região.

Segundo a Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas), que representa produtores de 25 municípios de São Paulo e Minas Gerais, na atual safra, de 20% a 25% dos grãos estão graúdos, enquanto em 2010 a safra colhida na região rendeu até 35% de grãos de melhor qualidade.

De acordo com Airton Costa, gestor em comercialização e degustação da Cocapec, faltou chuva no período de enchimento e maturação do grão, que começou em novembro de 2010 e seguiu até março deste ano.

O mesmo acontece com os produtores da Cooparaíso, que abrange 37 cidades de Minas Gerais, 14 do Espírito Santo e sete de São Paulo.

De acordo com Rogério Araújo, diretor de assistência técnica da cooperativa, a redução nesta safra foi de 35% sobre o esperado para a baixa produção da bienalidade.

Segundo ele, hoje são necessários 600 litros do café em coco para fazer uma saca de 60 kg. "No ano passado, esse número era de 480 a 500 litros para o mesmo peso."

Embora o recorde de preço tenha sido atingido em maio, ontem a saca chegou a R$ 443,73, ainda acima do preço de um ano atrás (R$ 305,78), segundo o Cepea, da USP.

Embora miúdo, grão mantém a qualidade – Embora os grãos estejam miúdos, a qualidade do sabor e aroma do café arábica se mantém, segundo técnicos de cooperativas. "A qualidade está bem superior à do ano passado", disse Rogério Araújo, da Cooparaíso.

De acordo com Airton Costa, da Cocapec, dois fatores influenciam: a florada uniforme e a falta de chuva na colheita. Com uma só florada, os grãos amadureceram ao mesmo tempo e puderam ser beneficiados mantendo o sabor. Já a estiagem na colheita permitiu que os grãos não fermentassem.

Fonte: O Estado de São Paulo

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