FUNDOS PRESSIONANDO A MOLA E AJUDANDO A INDÚSTRIA

O Banco Central Europeu manteve as taxas de juros inalteradas na reunião desta semana, e reforçou mais uma vez que comprará títulos de países da zona do euro que estão em situação frágil.

Nos Estados Unidos a criação de postos de trabalho menor do que se esperava serviu para os agentes aumentarem a crença em um novo pacote de estímulo, que foi a linha do discurso de Ben Bernanke na semana anterior.

A resposta dos mercados foi a desvalorização da moeda americana, e uma puxada de 1.92% para o Euro em apenas cinco dias. As bolsas de ações também seguiram a onda de compras, assim como os principais índices de commodities.

O café em Nova Iorque mais uma vez não teve força para ir acima de US$ 170 centavos/libra, e acabou atraindo mais vendas de fundos que forçaram os preços para testar o menor nível desde o final de junho. A mínima do ano ao menos continua intacta, e na sexta-feira a forte puxada ajudou um pouco a afugentar o pessimismo.

Londres fez movimento parecido no gráfico, encontrado suporte com notícias de que as chuvas no Vietnã devem atrasar a entrada da safra em um mês.

No mercado físico as consultas têm aumentado e os diferenciais não alteraram muito, embora tenham sido reportados alguns negócios de Brasil a preços historicamente baixos.

Nas outras origens os preparativos para o começo das safras acabam fazendo com que os compradores tenham menos urgência, e por ora preferindo buscar maior cobertura via mercado futuro.

O constante incremento dos estoques certificados da ICE, que nesta semana voltaram ao patamar acima de 2 milhões de sacas (algo que não víamos desde 15 de setembro de 2010), continua deixando os altistas ressabiados, assim como o volume exportado pela principal origem finalmente sinaliza um melhor fluxo da safra.

Por falar na safra, a CONAB divulgou que a produção brasileira para o ciclo atual será de 50.48 milhões de sacas, sendo 37.95 de arábica e 12.54 de conillon. A produtividade média informada foi de 24.55 sacas por hectare, e a área plantada saiu de 2.28 milhões de hectares em 11/12 para 2.34 milhões de hectares em 12/13.

Comparando os números oficiais com os que o mercado trabalha, a diferença mais notória é o tamanho da produção de conillon, que alguns dizem poder chegar a 17 milhões de sacas.

A performance da semana não foi de toda ruim, principalmente se considerarmos que os fundos não param de aumentar as suas posições vendidas (um novo recorde inclusive está estabelecido) e mesmo assim os preços têm se mantido acima de 160 centavos.

A disciplina de venda das origens, e a procura ávida pelo robusta deve dar suporte tanto à arbitragem de NY/LN como ao próprio “C”.

Os altistas terão que continuar tendo paciência, que acredito em breve será recompensada.

Uma excelente semana e muito bons negócios a todos.

* Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

Fonte: Archer Consulting

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