Especialistas afirmam que cafeicultor deve adotar gestão mais eficiente

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O produtor de café precisa melhorar a gestão de sua propriedade e o planejamento da comercialização de seu produto. É a avaliação de especialistas e consultores.

Para o representante do departamento comercial da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocaccer), André Gomes Peres, o cafeicultor tem que planejar suas vendas com base em metas. “Precisa definir o quanto ele quer crescer no ano que vem e montar uma estratégia de venda para atingir”, diz ele, que trabalha com comercialização do produto desde 1995.

Peres avalia que a estratégia envolve aproveitar oportunidades de mercado, mas o cafeicultor não deve atuar na base do que chama de “achismo”. “Acho que o mercado vai subir porque a chuva está atrasada ou vai gear. Ou vender apenas quando precisa de dinheiro, deixando para trás preços ou oportunidades melhores”.

Uma gestão mais eficiente e um trato mais empresarial da produção é importante para obter rentabilidade e até superar situações desfavoráveis, como a que vive atualmente a cafeicultura no país, defende a gerente de agronegócios do Sebrae de Minas Gerais, Priscila Lins.

“Os preços não estão bons, o produtor precisa saber quanto custa o café dele e tem que diminuir esse custo. Se o mercado está dizendo pra ele que agora o preço é este, o único jeito de mudar um pouco a realidade difícil é baixando custo”, diz ela.

A instituição mantém um programa educacional, que envolve cursos, palestras e consultorias feitas nas propriedades. O projeto, chamado de Educampo, tem o objetivo de dar assistência técnica e gerencial aos produtores rurais.

Na cafeicultura de Minas Gerais, são cerca de 600 participantes, 400 da região do Cerrado, de acordo com os representantes do Sebrae de Minas Gerais. O número representa cerca de 10% dos produtores da região. No sul de Minas, a participação corresponde a 1% dos cafeicultores.

O analista Rogério Nunes Fernandes reconhece que há uma certa lentidão do produtor em adotar práticas gerenciais de uma forma mais efetiva. “Eu acho que eles já se decepcionaram com outras intervenções no passado”. Mas ele acredita que a cultura voltada para a gestão tende a ganhar força. “Ou você passa a ser competitivo ou está fora. O campeão de produtividade não é necessariamente o campeão de rentabilidade. Ele explora a máquina ao máximo, mas não seu potencial econômico”.

Fernandes explica que “dependendo do grau de endividamento, às vezes não há mais o que fazer”. No entanto, garante que “hoje, mesmo com o preço horrível, tem grupos de produtores ganhando dinheiro. Mas fizeram o dever de casa no que se refere à gestão há pelo menos cinco anos. Aqueles que acordaram há mais tempo, já estão na frente.”

Fonte: Globo Rural Online

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