Escravidão e a imigração para a lavoura

O século XIX foi marcado pelo fim da escravidão no Brasil, pela expansão industrial na Europa e consequentemente pela chegada de imigrantes vindos de diferentes países para a América do Sul em busca de oportunidades de trabalho. Antes mesmo da Lei Áurea os patrões já viam os imigrantes como mão-de-obra mais barata em relação aos escravos.
O Brasil, recém independente e com terras férteis para diferentes culturas atraiu muitos espanhóis, japoneses, italianos, alemães, sírios, turcos, portugueses e gente de várias outras nacionalidades. Sem estarem conscientes disso, eles serviam a uma política do governo que visava povoar territórios distintos. A estimativa é de que entre 1880 e 1900 desembarcaram no Brasil cerca de 1.129.000 europeus, sendo 680.000 italianos.
Em 1886, o governo e produtores paulistas criaram a Sociedade Promotora de Imigração que visava organizar e facilitar esse processo. Tinham o slogan: “Braços para a Lavoura”. O Rio de Janeiro contava desde 1883 com a Sociedade Central de Imigração, lá os imigrantes formavam suas próprias colônias, assim como no Sul do país, e empregavam-se nas fazendas de café como assalariados e meeiros. Eles dividiam o trabalho com os escravos.
Os escravos foram grandes colaboradores para que o café se expandisse e trouxesse grandes benefícios financeiros e culturais pelo país. Curiosamente, foram os filhos de grandes fazendeiros, que cursavam os bancos de faculdades, juntamente com outros intelectuais que engajaram na causa de libertação e democracia no país.
Dados apontam que na década de 1890 – 1900 os principais produtos exportados pelo Brasil eram: café, 64,5% das exportações (75 milhões de sacas do grão); borracha, 15%; açúcar, 6%; algodão, 2,7%; couros e peles, 2,4% e fumo, 2,2%.

*Texto baseado em informções de:

MOREIRA, Antônio Carlos. História do Café no Brasil . São Paulo: Panorama Rural; Magma Editora Cultural, 2007.

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