Diretor da OIC acredita que crise no mercado internacional de café não seja de curto prazo

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Na última quarta-feira, 4 de dezembro, os representantes do setor privado da cafeicultura se encontraram com o diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Robério Silva, em Brasília (DF). A reunião foi organizada pelo CNC – Conselho Nacional do Café.

Robério Silva analisou o atual momento da cafeicultura e do comércio mundial de café. O diretor executivo da OIC acredita que a crise no mercado internacional de café arábica verde não seja de curto prazo.

Os números da OIC mostram que o consumo mundial continua crescendo (o último relatório da OIC aponta para crescimento, no primeiro semestre deste ano, de 3% no mercado europeu, de 8,7% nos EUA e de 5,8% no Japão) e Robério Silva destacou o vigor do consumo em mercados emergentes, como a Coréia do Sul, que acabara de visitar.

A tendência é que o consumo mundial mantenha sua taxa de crescimento entre 2% e 2,5% ao ano, aproximadamente três milhões de sacas por ano, ou 30 milhões em dez anos.

O problema apontado é que a produção mundial de café verde vem crescendo mais rápido do que o consumo. Os dois maiores produtores, Brasil e Vietnã, aumentaram a produção nos últimos anos, a Colômbia renovou seu parque cafeeiro e na África, nove das dez principais nações produtoras estão investindo no aumento da produção cafeeira (As informações são do Balanço semanal do CNC).

Do mesmo modo que em razão da rapidez das mudanças, as análises no início deste ano, tanto para o mercado de café, como para a economia mundial, acabaram se mostrando equivocadas, esperamos que o mesmo aconteça com o pessimismo atual quanto à duração da crise atual no mercado de café verde.

A produção moderna de café cresce com investimento em tecnologia, necessitando de fertilizantes e defensivos. A resposta aos preços atuais, abaixo dos custos de produção, será um menor investimento em insumos e uma queda na renovação de lavouras. A produção mundial vai cair mais rápido do que os operadores de mercado imaginam.

O consumo crescendo no ritmo atual significa que em dez anos precisaremos de mais um Vietnã, segundo maior produtor de café do mundo, para podermos suprir o consumo global. Com os preços atuais, a produção mundial vai cair, caminhando no sentido contrário do consumo.

O mercado físico brasileiro não apresentou novidades esta semana. Muitos produtores já encerraram suas vendas, optando por aguardar janeiro e o novo ano fiscal. Os compradores estão fazendo suas últimas compras deste ano, que deverá ter as duas últimas semanas muito calmas com os feriados de Natal e Ano Novo caindo no meio da semana.

Até o dia 5, os embarques de dezembro estavam em 231.880 sacas de café arábica, mais 12.073 sacas de café solúvel, totalizando 243.953 sacas embarcadas, contra 86.581 sacas no mesmo dia de novembro. Até o dia 5 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 487.458 sacas, contra 414.515 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 29, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 6, caiu nos contratos para entrega em março próximo, 445 pontos ou US$ 5,89 (R$ 13,74) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 29 a R$ 342,53/saca e hoje, dia 6 a R$ 328,22/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 40 pontos.

Fonte: Escritório Carvalhaes via Rede Social do Café

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