Cultivo sustentável de café dá prêmio à Fazenda dos Patos em Minas Gerais

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Produzir café arábico de alta qualidade. Esse é o negócio da Fazenda dos Patos, na região da Serra do Salitre, em Minas Gerais. Ali, desde 1999, é cultivada primorosa lavoura de café, onde são colhidas seis mil sacas do grão por ano, resultado do cultivo de 100 hectares. A atividade deverá resultar este ano em um faturamento de aproximadamente R$ 2 milhões. Mas, não é preciso observar por muito tempo para descobrir que não se trata de uma pequena propriedade onde se desenvolve uma cultura convencional – pelo contrário. Na Fazenda dos Patos se dedica ao cultivo de uma lavoura sustentável de café.

"Implementamos processos que garantem uma colheita e o beneficiamento de um produto especial. Além disso, adotamos as melhores práticas e soluções, com muita harmonia, o que beneficia o meio ambiente. Essas boas práticas têm ainda o objetivo de garantir boa qualidade de atendimento e de vida de todos os públicos com os quais nos relacionamos", afirma Maria Alice de Paula Rezende, engenheira agrônoma e representante da segunda geração da família que comanda a propriedade rural.

No dia a dia das atividades agropecuárias são desenvolvidas as melhores práticas, que se traduzem no controle rígido sobre o uso da água e na adoção da quantidade mínima de defensivos agrícolas para o eventual controle de pragas e doenças. Além disso, é mantida na fazenda a rotina da coleta seletiva do lixo, da compostagem do material orgânico e, ainda, a preservação de áreas de mata nativa, com o rigoroso cumprimento das normas ambientais. A fazenda investe ainda em treinamento e preservação ambiental para todos os funcionários. Na área social, a propriedade faz parte do Projeto Arca do Saber, uma caixa de livros itinerante que incentiva os funcionários de 10 fazendas a ler. O projeto já soma três anos. A conduta já rendeu à produtora de café cinco importantes certificações: a Rainforest Alliance (certificação internacional para responsabilidade com o produto e o meio ambiente); UTZ (com foco na rastreabilidade do produto e segurança alimentar), 4 Cs (uso de boas práticas agrícolas na produção do café) e Região do Cerrado Mineiro (origem e gestão em meio ambiente).

"Embora assegurando todas essas certificações, a empresa precisava melhorar sua gestão, sobretudo nas áreas de finanças e administração", afirma Maria Alice. Com esse objetivo, a Fazenda dos Patos passou a integrar, há oito anos, o Grupo Educampo, coordenado pelo Sebrae do Triângulo Mineiro. Os resultados começaram a melhorar, mas a decisão de ir além não diminuiu. Foi durante o curso Qualidade Total Rural que Maria Alice tomou conhecimento do prêmio MPE Brasil 2012.

"De cara eu quis participar, principalmente para avaliar nossos processos", revela a engenheira agrônoma. Já na etapa regional ela percebeu que era preciso investir na melhora do retorno dos clientes sobre o produto e os serviços da Fazenda dos Patos. "No universo agrícola é mais complicado. Se a mercadoria não retorna e os clientes são assíduos acreditamos que estamos acertando", diz Maria Alice. "Tentamos afinar esse relacionamento de forma mais humana, não apenas pelas certificações."

Os resultados apareceram. A Fazenda dos Patos venceu a etapa regional e, pouco tempo depois, também a disputa nacional na categoria agronegócio. "O Prêmio comprovou que estamos no caminho certo na área de gestão e que o segredo está em continuar a trabalhar com seriedade e qualidade, ingredientes importantes para os nossos compradores", finaliza.

Fonte: Valor Econômico via Rede Social do Café

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