Cultivo da próxima safra preocupa produtores de café arábica de MG

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A colheita do café está no fim em minas gerais. A quebra na produção deve chegar a 20% por causa da estiagem e os produtores já se preocupam com a próxima safra.

Na propriedade do agricultor Hugo Afonso Dominguetti, em Varginha, no sul de Minas Gerais, a área com pés de café em produção aumentou de 65 para 90 hectares este ano. Ele esperava colher três mil sacas, mas, com a colheita praticamente no fim, ele acha que a plantação só deve render duas mil. “Devido à seca tivemos um perca de cerca de 30%”, avalia.

Segundo a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), , a safra brasileira de café deve ser de 45,1 milhões de sacas de 60 quilos, com redução de 8,16% em relação a 2013.

O café mais prejudicado foi do tipo arábica, que teve queda de 16%. No sul de Minas, principal região produtora, a queda chegou a 19,6%. O principal motivo foi a seca.

Na propriedade do agricultor Luiz Flávio Abreu Botrel a produção caiu 36% em relação a 2013. Ele já está preocupado com a próxima safra. Como ainda não choveu, os pés de café não estão se desenvolvendo bem. “Com baixo crescimento vegetativo, caiu muita folha”, diz.

A alternativa está sendo podar mais plantas. Normalmente, a poda é feita em até 25% da plantação para não comprometer a produtividade. Mas em algumas fazendas o trabalho está tendo que ser feito em até metade dos pés, o que deve impactar diretamente na safra de 2015.
As plantas que passam pela poda radical só voltam a produzir em 2016. No próximo ano, a produção do produtor será reduzida pela metade. “A gente vai ter que diminuir nossos gastos. Vamos ter que regrar mais. Então, vai ser um ano bastante difícil”, diz Botrel.

Nessa semana foi criada uma polêmica. A CONAB divulgou uma projeção de aumento para a safra de café de 2015, chegando a 48 milhões de sacas. O número foi contestado pela Confederação Nacional da Agricultura e pela Fundação Prócafé.

O presidente da cooperativa de Varginha também não acredita em um aumento da safra. “No mínimo, a safra quebra 20% pelo que aconteceu para trás e pode se agravar daqui para frente se as chuvas não se normalizarem”, diz Oswaldo Henrique Ribeiro. 

Fonte: Globo Rural

 

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