CUIDADO AO ABANAR CAFÉS ORIUNDOS DE LAVOURAS COM STRESS HÍDRICO

A lavoura cafeeira passou, neste último ano, por um período de forte stress hídrico na fase de granação dos frutos de café, com maiores perdas observadas no Sul-Oeste de Minas, principal região cafeeira do país.

Em consequência da falta de água, o enchimento dos frutos ficou prejudicado em diferentes níveis, desde o chochamento total, até grãos pequenos e pouco densos, dando origem a peneiras miúdas ou a um maior volume de cafés escolha. Foi normal verificar perdas de mais de 20% apenas com relação ao menor tamanho e peso dos grãos, em relação a amostras normais, de anos anteriores.

O objetivo da presente nota é alertar sobre o problema que a má granação pode representar em relação ao trabalho de abanação do café, especialmente na abanação mecânica.

Como se sabe, a abanação usa o ar para separar as impurezas leves, que vêm misturadas com os frutos. Igualmente, pelo principio da densidade, na abanação podem ser separados frutos mais leves, especialmente os chochos.

A separação da abanação, assim, depende da regulagem da coluna de ar, produzida por turbinas ou ventiladores. No caso deste ano, onde houve muito chochamento e má granação dos frutos, tem-se verificado, na prática, que muitos frutos que possuem um pequeno volume de massa de grãos, vêm sendo separados junto com as impurezas, o que representa prejuízos, afinal, estes grãos acabam representando um peso extra no total do café produzido.

Deste modo, nosso alerta é no sentido de que, os gerentes das fazendas orientem os operadores a tomarem cuidado de não usar os abanadores com muito ar. Eles devem, frequentemente, observa r os frutos de café que acabam se juntando no resíduo abanado. Caso estejam passando frutos com grãos ainda aproveitáveis devem regular melhor o abanador.

* J.B. Matiello e S.R. de Almeida- Engs Agrs Mapa e Fundação Procafé

Fonte: Fundação Procafé

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