Cosméticos à base de café

Imprimir

Desde pequena Vanessa Vilela é apaixonada por cosméticos. Membro de uma família de cafeicultores do Sul de Minas Gerais, maior região produtora do grão no Brasil, a jovem conseguiu unir a tradição da sua família à sua paixão com a criação da Kapeh, empresa de cosméticos à base de café. “Fomos pioneiros no uso de café para a produção de cosméticos e estamos sendo bastante felizes nos nossos resultados”, diz a empresária. Os números comprovam: criada em 2007 com uma restrita linha composta por sete produtos, hoje a empresa produz 100 itens entre cremes hidratantes, shampoos, condicionadores, cremes esfoliantes, óleos e sabonetes comercializados dentro e fora do Brasil.

“Nosso foco é o mercado interno, que onde o segmento de cosméticos cresce anualmente três vezes mais que a indústria, mas como o café é um produto de muita brasilidade temos percebido que a demanda é crescente também lá fora”, diz Vanessa, que já exporta parte de sua produção para Holanda e Portugal.

O Brasil é o terceiro maior mercado do mundo de cosméticos – atrás somente dos Estados Unidos e do Japão – com vendas que somaram em 2011 cerca de R$ 31 bilhões. Vanessa entende que está em dois segmentos bastante promissores: o de cosméticos, que tem sido sustentado, entre outros fatores, pela migração de parte da classe D para a classe C e o de cafés especiais que cresce a taxas de 20% ao ano. “Todo o café que usamos para a produção de cosméticos é certificado e rastreado” diz. O café que Vanessa usa na sua fábrica vem da fazenda Rancho Grande, em Três Corações (MG), de propriedade de seu marido Juliano Araújo, que colhe cerca de 7 mil sacas do grão ao ano.

A linha de hidratantes é o carro chefe da empresa, que usa o café verde na linha de produção. Entre as propriedades cosméticas do grão, destacam a elevada quantidade de antioxidantes, que retarda o envelhecimento, a cafeína, que auxilia na queima de gordura corporal e queda capilar e os flavonóides, que combatem manchas na pele. “Estudos mostram que as mãos das mulheres que colhem o café mancham menos e envelhecem mais devagar”, diz Vanessa, que também desenvolveu um perfume extraído da flor do café.

O movimento dinâmico e inovador da Kapeh rendeu à Vanessa Vilela em 2010 o prêmio de empreendedorismo Empretec Women in Business Award, promovido pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento do Comércio (Unctad) –órgão ligado a Organização das Nações Unidas. Em 2011 a empresária também recebeu o Prêmio Nacional de Inovação, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Fonte: Revista Globo Rural

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *