CNC critica previsão de safra de café de instituto

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O Conselho Nacional do Café (CNC), em seu boletim semanal, diz que a estimativa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a safra de café 2014 não condiz com a realidade do ciclo atual.

O IBGE apontou a safra brasileira de café 2014 em 45,5 milhões de sacas de 60 quilos, “volume que entendemos como fora da realidade do ciclo atual”, diz a entidade.

O CNC, há tempos, critica a divulgação de estudos, mesmo de órgãos federais, pouco acurados, os quais emergem para gerar especulações no volátil mercado cafeeiro, afirma.

“Contestamos veementemente esse número prognosticado pelo IBGE e solicitamos que, se não for possível uma apuração verídica das reais condições de nossas lavouras cafeeiras, que não se realize o levantamento. Se a ideia for manter tal anúncio, pedimos que façam de maneira mais esmerada, realizando contato com os profissionais que vivem a realidade da cafeicultura brasileira, como os técnicos de nossas cooperativas e os pesquisadores de instituições como a Fundação Procafé".

O CNC afirma que a safra brasileira se situará dentro do intervalo apurado, in loco, pela Fundação Procafé, em torno de 40 milhões de sacas, haja vista o baixo rendimento dos grãos em boa parte do parque cafeeiro nacional.

Também em função do veranico do início do ano, esse volume deverá ser repetido na colheita da safra 2015, uma vez que o desenvolvimento das plantas foi impactado, afirma o CNC.

Carlos Alfredo Barreto Guedes, analista agrícola da coordenação de Agropecuária do IBGE, disse que os números da safra são obtidos a partir de um consenso de produtores rurais, cooperativas e representantes de órgãos de extensão rural de todos os principais municípios produtores de café do país, que normalmente se reúnem todo mês para discutir o volume da safra, com base em área cultivada e produtividades esperadas. O IBGE não faz pesquisa de campo.

Conforme Guedes, somente o volume de café arábica previsto para esta safra 2014, que está sendo colhida, representa redução de 13,1% sobre a produção do ano passado.

Guedes ressaltou que os números da safra de café ainda serão ajustados ao longo do ano. “Ao final da colheita terá um número mais apurado, mas não sei se chegará a toda essa perda que estão prevendo”, disse.

Fonte: Valor Econômico (Carine Ferreira)

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