Café Transgênico está sendo estudado por pesquisadores brasileiros

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Estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Café (Brasília, DF), Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (Unesp) e Instituto Agronômico (IAC), instituições integrantes do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, isolou dois promotores de plantas de café que permitem direcionar e controlar a expressão de genes a eles associados – o Promotor CalsoR, que atua nas folhas, e o Promotor Caperox, que age nas raízes.

Essa é uma das tecnologias que estão sendo mostradas durante a VII Exposição de Tecnologia Agropecuária – Ciência para a Vida, que está sendo realizada na Embrapa Sede, em Brasília, até o próximo dia 2.

O objetivo da pesquisa é desenvolver plantas geneticamente modificadas de forma segura e eficiente. Segundo Miriam Maluf, pesquisadora da Embrapa Café, o diferencial desse estudo, que o torna inédito no universo dos transgênicos, é que os promotores atuam de forma específica na região da planta que necessita de proteção. No caso desse estudo, as folhas e as raízes, e sempre em resposta a um estímulo externo, oferecendo um controle do tipo de Organismo Geneticamente Modificado (OGM). Outra vantagem, é que, além disso, há o controle da intensidade da expressão do gene durante o desenvolvimento da planta, ao longo de sua vida.

ESPECÍFICO

"Ao promotor é acoplado um gene determinado para o que se pretende melhorar na planta não afetando as demais partes, muito menos o fruto do café. Mas esse mecanismo só é ativado em caso de necessidade, ou seja, em resposta a um estímulo externo, o que representa mais segurança para os consumidores", explica a pesquisadora.

Isso significa que o gene só será ativado se ocorrer algum ataque de um agente biótico, que no caso do café é o nematóide da raiz e o fungo das folhas. Outra vantagem é que a técnica também pode ser usada para o melhoramento de várias espécies vegetais de interesse econômico, além do café.

Atualmente, a engenharia genética é uma grande ferramenta usada pela ciência para o melhoramento de plantas perenes, como o café. No entanto, somente são utilizados promotores constitutivos, que agem em toda a planta, inclusive no fruto, e também, ao longo do desenvolvimento da planta, mesmo que a necessidade exija proteção contra um único agente externo e em um determinado momento.

"Essa técnica é a mais convencional, por ser economicamente mais viável, apesar de haverem tentativas de identificar promotores específicos em várias culturas. Mas na concretização prática da pesquisa somos pioneiros", orgulha-se a pesquisadora Miriam Maluf. 

Fonte: Tudo Campo

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