Café sobe forte na ICE, rompe intervalo e pode buscar novos níveis

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Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com fortes altas, o que permitiu o rompimento da primeira resistência, em 244,50 centavos de dólar por libra peso, o que fez com que novas compras pudessem ser observadas, dando um novo impulso ao já positivo mercado do grão, que voltou a bater no maior patamar de preço em 13 anos.

Após semanas de oscilações dentro de um intervalo longo, entre 230,00 e 244,50 centavos, o café encontrou nesta sexta forças para romper sua primeira barreira, numa continuidade de ordens de compras especulativas e de fundos. No after-hours, os ganhos se tornaram ainda mais incisivos, o que, segundo alguns observadores, pode ser um sinal positivo para a próxima semana.

O mercado se mostra bullish (altista), com as cotações invariavelmente ficando acima de importantes médias, como de 40, 100 e 200 dias, que são referenciais muito importantes para as estratégias gráficas. Adicionalmente, o mercado vive um momento de aperto na oferta, cenário que já era verificado no ano passado e que deverá se tornar ainda mais crítico em 2011, por conta de uma nova quebra de safra na Colômbia, por alguns problemas climáticos localizados na América Central e México e pela já esperada safra de ciclo baixo do Brasil.

Com esse cenário formado, o mercado, paulatinamente, conseguiu imprimir um ritmo de alta desde setembro/outubro do ano passado e pode, segundo alguns operadores, testar patamares ainda mais firmes que os atuais.

No encerramento do dia, o março em Nova Iorque teve ganho de 805 pontos com 245,00 centavos, sendo a máxima em 246,35 e a mínima em 235,85 centavos por libra, com o maio tendo oscilação positiva de 815 pontos, com a libra a 246,80 centavos, sendo a máxima em 248,00 e a mínima em 237,95 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição março registrou alta de 39 dólares, com 2.129 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 38 dólares, com 2.156 dólares por tonelada.

Segundo analistas internacionais, o da foi caracterizado por boas compras especulativas e também por um cenário externo relativamente positivo. Apesar de o dólar voltar a registrar alguma firmeza, isso não foi impeditivo para as commodities apresentarem uma nova alta, com o índice CRB encerrando o dia com mais de 1% de ganhos. Operadores ressaltaram que as altas vêm na esteira da observação de um cenário de fraqueza da disponibilidade de cafés no Brasil e na Colômbia, os dois maiores fornecedores de grãos do tipo arábica do mundo, ao passo que a demanda pelo café continua experimentando uma evolução.

Os preços do café tiveram uma valorização de 84% no ano passado. Empresas como a Starbucks já emitiram comunicados de que irão registrar ganhos menores devido ao fato de ter de pagar mais pela matéria-prima. "Verificamos um quadro de claro aperto e não será nem os grãos do Vietnã, que, aliás, não deverá ter nenhum aumento na safra, que poderão mudar o quadro. O mercado praticamente não tem estoques de cafés mais finos e tal tipo de café já era raro no ano passado e continuará a ser nesta temporada", apontou um operador nova-iorquino.

Além dos fatores técnicos, já bem conhecidos, o mercado também credenciou a Colômbia como um fator para a verificação de ganhos tão bons nesta sexta-feira. A Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia) divulgou que a safra de café em Antioquia, maior zona produtora do grão do país, deverá ter um volume inferior de produção ao do ano passado, por conta do excesso de chuvas. "Há um déficit de produção e muitos traders e brokers estão prejudicando as companhias de café por especularem e, assim, produzirem preços tão altos. Também temos um reflexo técnico para essa subida", disse George Kopp, analista sênior de mercado do International Futures Group, que estimou que o mercado agora irá buscar, naturalmente, o rompimento dos 250,00 centavos.

As exportações de café do Brasil em janeiro, até o dia 27, somaram 1.838.040 sacas, contra 3.205.972 sacas registradas no mesmo período de dezembro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 7.286 sacas indo para 1.638.206 sacas.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 24.695 lotes, com as opções tendo 8.415 calls e 3.397 puts.

Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 246,35, 246,50, 247,00, 247,50, 248,00, 248,50, 249,00, 249,50, 249,90-250,00 e 250,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 235,85, 235,50, 235,00, 234,70, 234,50, 234,00, 233,50, 233,00, 232,50, 232,00, 231,80, 231,50, 231,00 e 230,50 centavos por libra.

Fonte: Agnocafe

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