Café: safra atinge recorde em ano de ciclo de baixa produtividade

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A produção de 43,48 milhões de sacas de café na safra 2011 atingiu volume recorde para um ano de baixa produtividade das lavouras, a chamada "bienalidade negativa". Como os cafeeiros da variedade arábica têm ciclo bienal, após uma safra cheia, como a passada, que atingiu 48,09 milhões de sacas, na seguinte a produtividade é menor. A diminuição de 9,6% na produção deste ano em relação ao ano passado é inferior à queda média das últimas cinco safras de baixa produtividade, que foi de 18,3%.

Na opinião do diretor de Política Agrícola da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto, o estreitamento da diferença entre os ciclos bienais se deve aos investimentos feitos nos últimos anos pelos agricultores no manejo da lavoura, como adubação e podas, além do adensamento do plantio. A série histórica das estimativas de safra de café da Conab mostra que nos últimos nove anos a produção vem crescendo, tanto nos anos de alta como de baixa produtividade.

A tendência para a próxima safra, levando em conta a curva ascendente da série histórica, seria de colheita da maior safra da história, que poderia supera o recorde de 48,48 milhões de sacas registrado em 2003. O secretário interino de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fonteles, reconhece o potencial, mas considera prematuro arriscar qualquer estimativa para a safra que será colhida no próximo ano, pois o desempenho dependerá das condições climáticas nos próximos meses.

Silvio Porto afirma que os técnicos da Conab já estão recebendo os relatórios de campo da primeira estimativa da safra 2012, que será divulgada no dia 10 de janeiro. No relatório divulgado hoje, os técnicos da Conab citam que as chuvas de agosto e setembro foram insuficientes para a abertura da primeira florada no norte de São Paulo e sul e cerrado de Minas Gerais.

Porto salienta que os preços do café devem se manter nos níveis atuais, mesmo com o aumento da produção brasileira no próximo ano, em virtude da menor oferta por parte dos concorrentes da América Central e Indonésia. Ele lembra que a Colômbia chegou a produzir 12 milhões de sacas de café e hoje colhe apenas 8,5 milhões de sacas. Na opinião do técnico, os atuais preços não devem provocar aumento expressivo da área cultivada com o produto, por causa da incerteza em relação à duração do atual ciclo de alta. "O investimento é elevado e o retorno começa a partir do terceiro ano. A tendência é de ampliação dos plantios adensados", diz ele.

Fonte: Agência Estado

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