Cadeia café com leite

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O Sebrae promoveu ontem em Brasília (DF) um evento em homenagem ao Dia Nacional do Café, comemorado no último domingo, 24 de maio. Na abertura da solenidade, Luiz Barretto, presidente da instituição, destacou a importância da cultura cafeeira, presente em quase 2 mil municípios brasileiros. “O café e o leite são as maiores carteiras do Sebrae. Nosso desafio é que os pequenos cafeicultores permaneçam no mercado, se juntando em associações, criando nichos”, diz.

No passado, as ações do Sebrae para os produtores de café estavam focadas na parte de gestão. De uns anos para cá, o foco tem sido fomentar o mercado e, para isso, o Sebrae vem trabalhando o pilar da sustentabilidade ambiental, social e econômica associado à abertura de nichos ligados às regiões produtoras.

Representantes de todos elos da cadeia do café participaram das palestras e workshops organizados por Carmem Lima de Sousa, especialista do Sebrae. Entre os participantes, estavam o engenheiro agrônomo Juliano Tarabal, Superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, que falou da importância de o Brasil trabalhar as Indicações Geográficas (IGs) das regiões produtoras de café.

Quatro regiões brasileiras possuem Indicação de Procedência (IP) registradas no Instituto Nacional Propriedade Industrial (INPI): Cerrado Mineiro, Alta Mogiana, Mantiqueira de Minas e Norte Pioneiro do Paraná. Para conquistar a IP, os cafeicultores contaram com o apoio do Sebrae. A próxima etapa é conquistar o selo de Denominação de Origem (DO), que trabalha com o conceito de terroir, um produto diferenciado por ser produzido em uma determinada região com características de solo e clima específicos.

Hoje o Cerrado Mineiro é a única localidade cafeicultora com DO. “O café tem que seguir este caminho de valorizar a região, tal como a Europa fez com as regiões Champagne e Bordeaux, na França. Esta ação destaca a qualidade da origem, promove o desenvolvimento regional e estimula o turismo”, diz Tarabal.

Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), que congrega 450 empresas responsáveis por 75% do café torrado e moído do Brasil, falou do Programa Cafés Sustentáveis do Brasil (PCS). A iniciativa foi colocada em prática pela ABIC em 2007 e acompanha o café da produção à industrialização.

Para receber o selo da ABIC, 60% do blend do café da marca precisam ser compostos de cafés certificados por organismos como: Fair Trade, 4C, Rainforest, Orgânicos e Selo do Café do Cerrado. “Hoje, o Brasil é o país do mundo com maior número de propriedades certificadas por boas práticas ambientais”, diz Herszkowicz.

O evento contou também com a participação de Luiz Antônio Machado Cesar, professor de cardiologista da USP, Pedro Alcântara Lima, presidente do grupo Três Corações, Luiz Otávio Franco de Souza, presidente da Associação Brasileira de Café e Barista (ACBB) e dono do Lucca Café em Curitiba, Luciana Sturba, barista, classificadora de café e dona do café Grenat em Brasília e o produtor Sebastião Afonso da Silva, cafeicultor de Cristina, Minas Gerais, que foi o vencedor do Cup of Excellence 2014 na categoria cafés naturais. Seu lote de 17 sacas atingiu a nota 95,18 pontos e foi arrematado em leilão pela gigante Starbucks, que pagou R$ 9.384 por saca.

Fonte: Redação Globo Rural (Lívia Andrade)

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