Brasil precisa explorar seus pontos fortes no café

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Agora é momento para os cafés do Brasil. Momento esse em que a qualidade dos cafés vem melhorando substancialmente e em que diferentes estratégias e acontecimentos têm possibilitado a conquista de novos mercados.

Para Carlos Henrique Brando, consultor da P&A Marketing, devemos aproveitar o momento para desenhar um plano estratégio para os Cafés do Brasil. "O Brasil precisa ter mais trabalhos de marketing para que o país tenha presença constante."

A conquista de novos mercados é clara, contudo deve haver fidelização dos torrefadores e consumidores para que o Brasil não perca marketshare quando os demais países retomarem suas produções.

A competitividades do Brasil é ressaltada por diversos especialistas do setor. Para Edgard Bressani, superintendente da Divisão Agropecuária da Octavio Café, o Brasil está a frente dos demais países produtores em tecnologia, produtividade, qualidade e pesquisa mas potencial não está sendo mostrado corretamente para o mundo. "O Brasil é um país moderno e isso não é explorado."

"Hoje exportamos café solúvel, torrado e moído, café verde. Devíamos ter uma estratégia comum para esses cafés, mas com variações para cada segmento", avalia Brando. Na mesma linha, Bressani comenta que é preciso partir para modelos de negócios com espaços individuais para cada região atuar.

Algumas iniciativas vem sendo trabalhadas para melhorar a colocação e a visão dos cafés do Brasil no mercado externo.

Os projetos com Indicação Geográfica vêm crescendo bastante no Brasil e diversas regiões vem trabalhando para conseguir o registro. A região do Cerrado Mineiro foi a pioneira no assunto e fez uma série de mudanças estratégicas nos últimos meses. Em maio de 2011 a região da Serra da Mantiqueira também foi reconhecida com registro de IG. Outras regiões tem buscado o registro como o Norte Pioneiro do Paraná, a Região de Espírito Santo do Pinhal, na Mogiana Paulista, e o Oeste da Bahia.

Segundo Edgard, cada vez mais as regiões vão trabalhar juntas para promover o terroir e o café brasileiro.

Ao mesmo tempo em que se busca reconhecimento dos Cafés do Brasil, regiões trabalham individualmente para conquistar reconhecimento de seus cafés, produtores e fazendas.

Carlos Brando deixa claro o conceito de IG tem que andar junto com o Cafés do Brasil. Isso pois "Cafés do Brasil" funciona como um guarda-chuva e as regiões produtoras se posicionam dentro dele. "O processo de colocação no mercado não pode ser invertido, senão acontecerá como o vinho nos EUA, que é reconhecido como sendo da Califórnia", exemplifica.

Para evitar isso ele diz que precisamos de uma estratégia de inclusão, e não divisiva, para que o Brasil realmente possa ser conhecido como um país de muitos sabores.

Edgard acredita que com a recém-criada Associação Brasileira das Origens Produtoras de Café, a representatividade das regiões e o reconhecimento dos Cafés do Brasil serão bem maiores.

Em relação a conquista de novos mercado, para Bressani existe espaço e vai continuar existindo, basta cada um encontrar seu modelo de negócio. "Vendendo café em dose, por exemplo, consegue-se ganhar muito em cima do saco de café comprado".

A demanda é crescente por todos os tipos de café, seja ele robusta, arábica, natural, cereja descascado, ou outros, porém o fator decisivo é a qualidade. "O consumo está atrelado a qualidade. Se a qualidade diminuir, o consumo também diminui e o Brasil pode perder marketshare".

Fonte: CaféPoint

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