EPAMIG ENSINA: como adubar plantas domésticas com resíduos vegetais, como sementes, talos e borra de café
Segundo a pesquisadora, muitas vezes as pessoas buscam formas de aumentar a produtividade de suas plantas caseiras e, por falta de conhecimento, acabam procurando produtos químicos que podem ser nocivos para os vegetais e para a saúde humana. “Acho que as pessoas ainda não estão habituadas a esse tipo de compostagem doméstica por uma questão cultural. Ao invés de reaproveitarem matérias que elas já possuem em casa, elas são atraídas por um forte marketing e vão parar em lojas, gastam mais dinheiro e adquirem produtos que podem ser tóxicos para as plantas e para as pessoas, inclusive alguns deles são até proibidos por lei. Então, além da sustentabilidade, o aproveitamento de resíduos vegetais e a compostagem também estão relacionados à questão da segurança dos alimentos”, relata Wânia.
Além de ser uma alternativa mais barata e sustentável, a compostagem caseira oferece um adubo nutritivo que, além de promover o crescimento de plantas, ainda auxilia no combate a doenças. “Há trabalhos científicos que comprovam que alguns resíduos vegetais incorporados ao solo liberam gases que matam patógenos, como nematóides e fungos (caso da fusariose, por exemplo), que atacam as plantas”, destaca a pesquisadora da Epamig Sudeste.
Temperos e ervas aromáticas, como salsinha, cebolinha, coentro e manjericão, são exemplos de culturas que se adaptam bem ao ambiente de um apartamento, pois não necessitam de muitas horas de incidência da luz solar. Segundo Wânia dos Santos Neves, também é possível produzir hortaliças como alface e couve, mas nesse caso é preciso de um ambiente com mais luz do sol, então o ideal é plantá-las em vasos maiores e deixá-las nos locais mais iluminados da residência. Recipientes como potes de manteiga, requeijão e sorvete, também podem ser usados.
Cuidados importantes para a compostagem caseira
A compostagem caseira pode ser feita por qualquer pessoa, porém, a pesquisadora da Epamig alerta para os cuidados que devem ser tomados, pois o manejo incorreto pode prejudicar as plantas. “São resíduos naturais, mas precisam ser cuidadosamente calculados, pois nutrientes em excesso matam a planta. Além disso, é preciso saber a quantidade de luz que as plantas necessitam e a posição onde podem ter seu crescimento sadio. É importante também estar atento ao solo, pois se estiver muito argiloso, com a coloração avermelhada, é necessário colocar uma medida de areia para abrir caminho para que as raízes da planta cresçam com facilidade”, lembra.
Confira abaixo o passo-a-passo elaborado pela pesquisadora Wânia dos Santos Neves para quatro tipos de resíduos alimentares que podem ser incorporados na adubação de plantas domésticas.
Sementes de mamão e abóbora: coloque as sementes em uma bandeja na janela de casa, por aproximadamente sete dias, até ficarem secas. Depois, triture-as em um liquidificador ou multiprocessador doméstico. Em seguida, com uma colher, abra pequenos buracos na terra ao redor do caule da planta e misture as sementes secas, depois cubra novamente. Coloque uma medida de 10% de sementes de mamão secas e moídas, ou 5% de sementes de abóbora secas e moídas, em relação ao volume total da terra onde está a planta (para cada 1 kg de terra, 100 g de sementes de mamão ou 50 g de sementes de abóbora).
Borra de café: após passar o café, retire a borra (o pó úmido residual) do filtro com uma colher, e deixe secar em uma bandeja na janela de casa por aproximadamente seis dias. Depois, misture uma colher de sopa (aprox. 8 g) de borra de café ao solo (para cada 1 kg de terra, 150 g de borra de café seca). A borra de café também pode ser usada de forma fresca, nesse caso, deve-se ficar atento à diferença de peso, pois a matéria fresca é mais pesada. Nesse caso, para cada 1 kg de terra, adicione de 25 g a 50 g de borra de café fresca em pequenos buracos abertos no solo onde está a planta.
Resíduos de brássicas: as brássicas são vegetais, como couve, repolho, mostarda, brócolis, dentre outros. Tais alimentos geram muitos resíduos, como talos, folhas externas e/ou mais velhas, por exemplo. Corte essas partes em pedaços de tamanhos entre 1 cm e 2 cm, misture-as à terra e aguarde em torno de sete dias para iniciar o plantio, até que o solo esteja preparado. Elas também podem ser utilizadas de forma seca, nesse caso, coloque os pedaços em bandejas na janela de casa por aproximadamente sete dias e, depois, misture-as à terra.
Observação: Caso queira evitar a presença de moscas e mosquitos durante a secagem dos resíduos, cubra as bandejas com finas telas ou redes de filó.
Fonte: Ascom Epamig