Cooxupé: ‘originamos muito café e vendemos a preços significativos’
Melo comentou que, se no ano passado os preços não estavam compensadores, a partir de dezembro até o início deste ano as cotações começaram a melhorar e o produtor pôde, assim, proteger sua produção em bolsa. “Além disso, dentro do agro, fomos privilegiados porque quando o coronavírus chegou não estávamos ainda na colheita e já tínhamos vendido a safra (2019/2020)”, continuou ele, lembrando que não era um período de compra de insumos.
Carlos Melo comentou, ainda, que importantes feiras do setor cafeicultor ocorreram exatamente antes de o coronavírus ocorrer no Brasil e, com isso, os negócios não foram afetados.
O futuro, entretanto, traz insegurança, comentou. “Por enquanto estamos tranquilos, mas o futuro ainda é incerto (por causa dos reflexos que a pandemia vai trazer)”, disse.
A pandemia de coronavírus começa a ter reflexos no consumo global de café e isso deve afetar os negócios da Cooxupé. Melo lembrou que a rede de cafeterias Starbucks anunciou recentemente o fechamento de mais de 50 lojas na Ásia, o que tem reflexos diretos nas exportações da cooperativa.
Mais para a frente, a perda de poder aquisitivo da população no mundo por causa do coronavírus também afetará o consumo da bebida, trazendo mudanças de hábitos. “O consumo de cafés especiais, por exemplo, caiu”, sinalizou. “É inevitável que, dentro do quadro de indefinição atual, a mudança de consumo ocorra, o que já é claro e evidente. E ela poderá se agravar no futuro, dada a queda no poder aquisitivo global.”
Internamente, porém, Melo acredita que a política governamental para o setor cafeicultor “está sendo bem conduzida”.
Fonte: Estadão Conteúdo