Mesmo com as chuvas, ainda não é a época de iniciar a adubação
Foto: Alexia Santi/Agência Ophelia
As plantas estão vindo de um período de repouso, depois da colheita, e sofreram um estresse hídrico neste ano mais severo. Os cafeeiros desfolharam e, ainda, por efeito do forte estresse, perderam, por morte, muitas raízes finas. Então, a adubação feita muito cedo vai encontrar poucas raízes disponíveis para a absorção dos adubos aplicados, podendo, assim, em parte, serem lixiviados e/ou mal aproveitados.
Além disso, a necessidade inicial de nutrientes, sendo pequena, pode ser suprida pelos resíduos de nutrientes que sobraram do ciclo anterior. Esses nutrientes sobem, de camadas mais profundas para as mais superficiais, por capilaridade, da seguinte forma – com a secagem do solo nas primeiras camadas, em cima, a água disponível, mais profunda, sobe por corrente de capilaridade, com ela trazendo nutrientes dissolvidos.
Alguns técnicos supervalorizam a necessidade nutricional para a floração do cafeeiro, mas as pesquisas não mostram isso (tabela). Com base nos teores encontrados na análise química das flores e para uma produtividade de 30 scs/ha, correspondem cerca de 270 kg de flores secas/ha, o que significaria uma exigência de apenas 7,9 Kg de N, 0,73 kg de P e 5,5 kg de K por ha.
Foto: Divulgação – Resultados de análise química de flores de cafeeiros. Varginha (MG), 2014
A recomendação atual é de fazer a 1ª adubação entre 20 e 30 dias após a florada principal, o que, normalmente, coincide no início de novembro. Depois mais 2 parcelas, em final de dezembro e meados de fevereiro. Além da época correta, que aqui alertamos, deve-se prestar atenção na fonte dos nutrientes, na dose e modo de adubação, considerando os resultados de análises, que mostram a disponibilidade no solo, a umidade presente na hora de adubar e a necessidade de cada lavoura.
Foto: Divulgação