Quadrilhas já roubaram 1.351 sacas de café de janeiro a julho no interior de SP
A maior parte dos furtos e roubos aconteceu depois do começo da colheita, época em que os armazéns das fazendas estão cheios. É comum os produtores guardarem os grãos por um tempo à espera de melhores preços.
Sondagem nas propriedades
De acordo com a polícia, os assaltantes sabem os locais onde há mais café. “Os elementos dessas quadrilhas fazem um levantamento prévio nas propriedades em que vão atuar, no sentido de saber qual é o numero de pessoas que residem nessas propriedades e certamente a quantidade de sacas de café que eles podem encontrar”, disse Sebastião Mayriques, delegado seccional de São João da Boa Vista.
O valor do café no mercado é que atrai os ladrões. Cada saca custa de R$ 400 a R$ 600, dependendo da qualidade do grão. Nas fazendas eles encontram ainda máquinas, ferramentas, produtos agrícolas, caminhões e carros que também são levados nas ações, além de dinheiro e celulares.
Segundo a polícia, uma combinação de fatores favorece a ação das quadrilhas. Na zona rural há pouco movimento de carros e de pedestres. A maioria das estradas não tem iluminação, por isso os assaltantes aproveitam a escuridão e entram facilmente nas fazendas. Muitas não têm porteira e, como normalmente as casas são distantes umas das outras, os assaltante ficam horas sem que ninguém perceba o que está acontecendo.
Últimos roubos
Na última segunda-feira (11), seis assaltantes invadiram uma propriedade e renderam uma família. O grupo fugiu do local levando 114 sacas de café, R$ 2,4 mil e quatro veículos. Os suspeitos foram presos no dia seguinte pela PM e tudo foi recuperado. Na madrugada de quarta-feira (13), uma quadrilha armada rendeu 11 funcionários de uma fazenda e roubou 100 sacas de café. Ninguém foi preso.
Uma viatura da PM de São João patrulha 8h por dia estradas de terra e vicinais na área rural da cidade e de municípios vizinhos.
“A gente tem que começar a se preocupar e ter alguns recursos a mais da mesma maneira que hoje é feito na cidade. Poderia ser mais, mas o que a gente tem para oferecer hoje entendemos ser adequado porque a patrulha só vai trabalhar em cima de questões de ordem rural”, disse o capitão da PM Alexandre Bergamasco.
Para o presidente do Sindicato Rural de São João da Boa Vista, Palmyro Ferrando Junior, os produtores precisam se unir e criar um sistema para ajudar a polícia para que haja uma melhor fiscalização e mais segurança.
Fonte: G1 São Carlos e Araraquara e EPTV São Carlos