Excesso de chuva é o problema atual da cafeicultura e os danos são irreversíveis

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Por José Donizeti Alves

As notícias mais recentes dão conta de que o excesso de chuva tem causado transtorno na atividade cafeeira. Dentre os problemas podemos citar: ausência dos processos de granação e maturação, onde os frutos passam direto da fase de verde ou verde-cana para o passa; frutos já mofados na planta; alta percentagem de frutos no chão, podendo ultrapassar a 30% de queda; além de desfolha e quebra acentuada de ramos.

Esses problemas nos frutos irão prejudicar a qualidade, o que deve refletir negativamente no preço da saca de café. No que se refere a desfolha e quebra de ramos, elas devem afetar em alguma proporção, a próxima safra, mas é cedo para nos preocuparmos com isso, uma vez que temos problemas mais atuais. Lamentavelmente esses problemas com os frutos não tem ou são de difícil solução. A única saída é processar a colheita separadamente.

Ainda que não resolva o problema, resolvi escrever essa nota a fim de esclarecer as bases dessas anormalidades fisiológicas e com isso, quem sabe no futuro, criarmos tecnologias que venham solucionar esses problemas.

O excesso de chuva, como vimos recentemente, provoca uma condição de hipóxia (baixo teor de oxigênio) que pode levar a anóxia (oxigênio zero) e com isso desviar a respiração aeróbica no sentido da fermentação anaeróbica produzindo diretamente, compostos tóxicos aos frutos em geral, além de provocar em déficit de energia na planta que irá contribuir para a queda de frutos, facilmente observadas quando temos ventos e chuvas forte,

Paralelamente, o mais grave é que o desvio na rota respiratória causa um estresse oxidativo nos frutos produzindo espécies reativas de oxigênio, chamadas de ROS ou EROs. Esses produtos são extremamente tóxicos às plantas e causam danos celulares irreversíveis, daí a acentuada queda de frutos e ausência das fases de granação e maturação dos frutos, provocada pelo enfraquecimento da membrana celular.

* Prof. José Donizeti Alves – Graduado em Agronomia – 1982 (Universidade Federal de Lavras – UFLA); Mestrado em Fisiologia Vegetal – 1985 (Universidade Federal de Viçosa – UFV); Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas – 1991 (Universidade Federal de Viçosa – UFV); Pós-Doutorado em: Biologia Molecular – 1997 (The Ohio State University – USA); Professor de Fisiologia de Plantas sob Estresse e Fisiologia do Cafeeiro na UFLA.

Fonte: Rede Social do Café

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