Café fecha dia com ligeira recuperação na ICE Futures US na sexta-feira

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O contrato futuro de café arábica de julho encerrou esta sexta-feira com novas altas, após ter atingido ao longo da sessão os menores níveis em uma semana e meia, com os traders ainda se mostrando preocupados com uma potencial retomada de uma crise econômica global, desencadeada pela violenta retração em mercados financeiros.

No encerramento do dia, o maio teve baixa de 15 pontos, com 133,00 centavos de dólar por libra peso, com a mínima em 131,25 e a máxima em 134,00 centavos por libra, com o julho tendo valorização de 70 pontos, com a libra a 133,90 centavos, sendo a máxima em 134,60 e a mínima em 131,25 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho teve alta de 19 dólares, com 1.371 dólares por tonelada, ao passo que o setembro teve oscilação positiva de 19 dólares, com 1.405 dólares por tonelada.

Rodrigo Costa, vice-presidente de vendas institucionais da Newedge, em Nova Iorque, apontou que as condições do mercado financeiro e do mercado de ações é muito volátil, o que faz com que haja muita incerteza sobre qual o direcionamento que segmentos como o do café deverá seguir. "Quando se diz para que direção ele (o mercado) se encaminha rapidamente ele pode estar indo para outro", disse.

Os futuros de café buscaram efetuar uma ligeira correção, após as liquidações desta semana e os traders buscaram efetuar algumas aquisições aproveitando os preços baixos. Ao longo da semana, o julho para o café teve perda de 1,40 dólar por libra, ou 1%, após os contratos terem efetuado uma valorização para as máximas de quatro semanas, com 138,70 centavos, mas recuaram devido às vendas motivadas, principalmente, por conta da alta do dólar. Mesmo com as quedas, os futuros de café não estão tão em baixa quanto na última semana, quando o dólar apresentava maior retração, sustentou Costa.

O dólar nesta sexta-feira não apresentou valorização das mais fortes, mas ao longo da semana apresentou um aumento substancial, por conta da preocupação com os débitos na Grécia e com a possibilidade da crise se estender para outros países, como a Espanha, Portugal e Itália. A alta do dólar efetivamente fez com que o café ficasse mais caro em outras moedas.

Traders continuam com olhos voltados para as estimativas de safra do Brasil, na temporada de 2010/2011. A Comexim apontou um levantamento indicando um montante de 53,1 milhões de sacas. Na quinta-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) avaliou a safra em 47 milhões de sacas, ao passo que a maior parte dos traders acredita que o volume efetivo a ser colhido seja bem maior. Membros do mercado trabalham com estimativas que vão entre 47 e 60 milhões de sacas. A disponibilidade física de café arábica de alta qualidade continua extremamente limitada, por conta os problemas climáticos que afetou as zonas produtoras no período de crescimento.

Em 2009/2010, o México e os países da América Central tiveram produções abaixo do esperado, forçando as indústrias de torrefação a recorrer a seus estoques para manter os níveis de produção.

Dados do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos informou na manhã desta sexta que o país teve a geração de 290 mil postos de trabalho em abril, montante superior às expectativas e o maior nível em quatro anos, no entanto, a taxa de desemprego teve uma elevação, atingindo 9,9%, contra 9,7% dos três primeiros meses de 2010.

As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 6, somaram 203.635 sacas, contra 254.692 sacas do mesmo período de abril, de acordo com o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.990 sacas, indo para 2,402 milhões de sacas.

Os contratos em aberto na bolsa nova-iorquina tiveram retração de 768 lotes, indo para 135.417. O maio ainda tem 232 posições em aberto, antes da expiração definitiva no dia 18.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 20.776 lotes, com as opções tendo 4.756 calls e 4.559 puts. Tecnicamente, o maio tem uma resistência no patamar de 134,60, 135,00, 135,50, 136,00, 137,00, 137,30 e 138,00 centavos por libra peso, com o suporte se localizando em 131,25, 130,50, 130,00, 129,90, 129,50, 129,00 e 128,00 centavos.

Fonte: Agência Dow Jones e Agnocafe

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