Arábica fecha 2010 com maior preço da série

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Os preços do café arábica fecharam dezembro em patamares recordes. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 387,01/saca de 60 kg no mês, 8,86% maior que o de novembro. No mercado internacional, o contrato de arábica com vencimento em março na Bolsa de Nova York (ICE Futures) fechou a 236,30 centavos de dólar por libra-peso no dia 30 de dezembro, avanço de 16,1% em relação ao fechamento do dia 1º. A moeda norte-americana teve média de R$ 1,695/US$ em dezembro, recuo de 1,1% em relação à de novembro.

Mesmo com maior oferta, ano é de preços recordes para o arábica
O ano de 2010 foi bastante favorável ao mercado de café arábica. Mesmo com a maior produção brasileira, os preços registraram aumentos significativos desde junho, quando se iniciou oficialmente a safra do Brasil. As cotações brasileiras do arábica foram impulsionadas pelas elevações internacionais. Em dezembro, na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o contrato de arábica alcançou o maior valor dos últimos 13 anos e meio.

Essa forte alta, por sua vez, foi justificada pelos baixos estoques mundiais, pelo consumo crescente e por problemas climáticos em outros países produtores do grão. A safra brasileira não foi favorável apenas pelos preços elevados. A produção foi maior, mesmo com a menor área, e isto foi possível devido ao aumento da produtividade na safra 2010/11 – que, segundo a Conab, foi cerca de 23% maior que a da temporada 2009/10, e 9% acima da safra 2008/09, que também foi de bienalidade positiva. Assim, aliando-se a produtividade alta e os elevados patamares de preços, o ano de 2010 permitiu boa rentabilidade ao produtor brasileiro, especialmente ao de arábica de melhor qualidade.

Já em relação aos produtores com menor nível tecnológico, a alta nos preços permitiu, pelo menos, alívio no caixa da propriedade. De modo geral, antes do início da safra, a expectativa de agentes era de ligeira redução nos preços assim que os novos lotes fossem disponibilizados. Esses agentes estavam fundamentados nos valores antes da entrada da nova safra, que já estavam acima dos observados nas temporadas anteriores. A colheita brasileira foi iniciada antes do previsto – em meados de maio – e, como os preços estavam em alta, parte dos produtores preferiu colher, mesmo com grãos ainda verdes.

Além dos altos patamares de preços, o clima favorável permitiu que os trabalhos de campo fossem feitos com poucas interrupções, já que, diferente da safra anterior, quase não choveu neste período. A qualidade do grão praticamente não foi prejudicada pela umidade. No entanto, houve desuniformidade dos lotes (grãos verdes e maduros no mesmo galho), devido às diversas floradas verificadas em 2009.

No correr da safra, os preços do arábica subiram ainda mais, motivando um bom volume de vendas. Já em dezembro, o ritmo de negócios diminuiu visto que, além da intensificação das vendas nos meses anteriores, muitos produtores evitaram fechar negócios, diante da preocupação com declaração do imposto de renda. Assim, as vendas de dezembro foram, em sua maioria, efetuadas para entrega e pagamento em janeiro.

 

Série histórica do Indicador de Preços Cepea/Esalq

Média mensal: R$/sc de 60 kg (posto São Paulo)

Safra 2008/2009

Safra 2009/2010

Safra 2010/2011

jul/08

      250,52

jul/09

      247,50

jul/10

      302,36

ago/08

      248,86

ago/09

      255,34

ago/10

      313,93

set/08

      261,58

set/09

      254,29

set/10

      328,23

out/08

      256,84

out/09

      262,20

out/10

      327,15

nov/08

      261,28

nov/09

      272,55

nov/10

      355,51

dez/08

      262,04

dez/09

      281,57

dez/10

      387,01

jan/09

      268,41

jan/10

      280,75

jan/11

 

fev/09

      269,34

fev/10

      278,68

fev/11

 

mar/09

      262,48

mar/10

      279,70

mar/11

 

abr/09

      260,10

abr/10

      282,17

abr/11

 

mai/09

      268,02

mai/10

      289,46

mai/11

 

jun/09

      256,64

jun/10

      305,99

jun/11

 

Média

    260,51

Média

    274,18

Média

    335,70

Fonte: Cepea/Esalq USP – Elaboração: P1 Agência de Notícias

 

 

Fonte: Cepea/Esalq USP

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