Preço alto trava negócios no mercado de café

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A forte alta dos preços do café começa a travar as negociações no mercado físico.

Comprador e vendedor não entram em acordo sobre o valor da saca, que ontem chegou a ser ofertada a R$ 520 em algumas regiões do país.

"Não tem torrefador disposto a pagar R$ 500 por saca de um café de boa qualidade, e o produtor não quer vender por menos. Os negócios travaram. As vendas que acontecem são muito pontuais", afirma Silvio Leite, da comercializadora Agricafé.

Como as cotações subiram muito em um curto espaço de tempo -28% só neste ano-, os compradores estão demorando para digerir o novo patamar das cotações. Enquanto aguardam novos sinais do mercado, os torrefadores queimam estoques e pressionam por menor preço.

Como reflexo dessa queda de braço, ontem o preço médio teve a primeira retração no mercado interno desde a segunda quinzena de janeiro. O valor médio da saca recuou 1,7%, passando do pico de R$ 496,50 para R$ 487,75, segundo pesquisa da Folha. Na Bolsa de Nova York, o primeiro contrato caiu 1,7%, para US$ 2,64 por libra-peso.

Segundo Leite, a paralisação nas negociações acontece tanto nas vendas para exportações como para o consumo doméstico.

Eduardo Carvalhaes, sócio do escritório Carvalhaes, de Santos, confirma que o mercado está "fraco". "O produtor está tranquilo na comercialização. Existe café à venda, mas quando o cafeicultor repassa a alta de Nova York para o preço real, nota que o comprador não quer pagar."

Diante do impasse entre compradores e vendedores, fica a questão: existe fôlego para os preços do café se manterem nesse patamar histórico? Do ponto de vista da relação entre oferta e demanda, a resposta é sim.

Os estoques mundiais são estimados pela OIC (Organização Internacional do Café) em 13 milhões de sacas -o menor nível desde o início do levantamento da entidade.

Fonte: Coffee Break

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