Cafés do Brasil: sustentabilidade gera vantagens diante de regras do comércio global

Imprimir
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) participou, ontem, 27 de junho, no IFSULDEMINAS, em Poços de Caldas (MG), da segunda etapa do Coffee Connect, evento que reuniu diversos agentes da cadeia café para discutir as tendências do mercado, com foco na agregação de valor ao grão, e a sustentabilidade da cafeicultura brasileira.

No painel interativo, a diretora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Cecafé, Silvia Pizzol, contribuiu com as discussões expondo os pontos fortes sustentáveis da cafeicultura nacional e como esses atributos são uma vantagem competitiva diante das regras de comércio que emanam da União Europeia, como o Regulamento da UE para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR, em inglês), focadas em devida diligência obrigatória na cadeia de fornecimento do café.

Além do regulamento europeu, Silvia abordou as regras futuras (Diretiva em Devida Diligência em Sustentabilidade Corporativa – CS3D e o Regulamento que proíbe a comercialização no mercado comum europeu de mercadorias produzidas com uso de trabalho forçado), que serão implementadas a partir de 2027.

O Cecafé também expôs a importância da adoção das boas práticas na cafeicultura para o compliance aos limites máximos de resíduos vigentes nos mercados de destino do café brasileiro e os recentes estudos promovidos em parceria com o Imaflora e o prof. Carlos Cerri, da Esalq/USP, que apontaram que os cafés do Brasil removem muito mais gases de efeito estufa (GEE) da atmosfera em relação ao que emitem em todos os cenários analisados em Minas Gerais e no Espírito Santo.

Em sua explanação, Ricardo Schneider, presidente do Centro do Comércio de Café do Estado de Minas Gerais (CCCMG), um dos idealizadores do Coffee Conect, abordou o cenário do mercado considerando os impactos do EUDR e os problemas logísticos para comercialização de café, enquanto a líder de Projetos Especiais do Grupo 3Corações, Patrícia Carvalho, compartilhou informações sobre o segmento de cafés especiais no Brasil, o comportamento do consumidor e as estratégias da empresa.

O evento também contou com palestra do professor e pesquisador da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Flávio Borém, que explanou sobre tecnologias e processos essenciais para a pós-colheita do café, nos cenários desafiadores decorrentes dos impactos das mudanças climáticas, e de Luisa Nogueira, jornalista e produtora de cafés especiais, que discutiu como tornar o café brasileiro protagonista.

Coffee Connect tem o intuito de reunir todos os participantes da cadeia café, de produtores a corretores, comerciantes, profissionais de logística e exportadores para networking e troca de conhecimentos. Ao longo deste ano, estão previstas outras duas etapas, culminando em um grande encontro, agendado para o dia 28 de novembro.

Fonte Cecafé