Café: produtores precisam avaliar lavouras para não comprometerem entrega futura

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A capacitação do produtor é algo crescente e fundamental que vem ocorrendo nos últimos anos, fomentando a capacidade de ele ampliar suas margens, através, entre outras possibilidades, de realizar negócios no mercado futuro do café. Nesse cenário, as cooperativas exercem papel fundamental, gerando a qualificação necessária e contribuindo nos processos comerciais.

Para Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC) – entidade que representa as principais cooperativas cafeeiras do país –, a safra 2020 é um exemplo que serve como base para os negócios futuros.

“Com mais de 80% comercializados, a preços remuneradores, superiores a R$ 600 a saca em muitos casos, os cafeicultores, agora, estão afastados do mercado, pois já têm noção da quebra que terão na colheita deste ano. Dessa forma, remunerados, administram o residual do ciclo passado para comercializarem em melhores oportunidades, por valores que desejam e não pelos oferecidos atualmente”, explica.

Para o futuro, entretanto, o dirigente pondera que os produtores precisam se atentar para a necessidade de uma avaliação segura do limite de sua produção.

“Sabemos de negócios que vêm sendo ‘travados’ para os ciclos 2022 e 2023, mas recomendamos muita precaução, principalmente em relação às condições climáticas. É necessário que os cafeicultores tenham ciência da realidade de suas lavouras para que possam confirmar, em volume e qualidade, a entrega dessas vendas futuras”, comenta.

O presidente do CNC justifica o alerta porque a capacitação dos produtores nacionais tornou o Brasil um provedor com credibilidade, entregando cafés sustentáveis e com elevada qualidade.

Segundo ele, essa postura fez com que o país fidelizasse seus clientes e o cooperativismo foi fundamental para isso, principalmente quando se pensa no mercado externo.

“Dessa maneira, é essencial que tenhamos noção de nossas realidades produtivas, sabendo o que poderemos entregar para honrar os compromissos previamente assumidos, não transmitindo a responsabilidade a nossas cooperativas, que são o que temos de melhor em nossa atividade”, conclui.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNC