Um mundo inspirador: conheça Valéria, “a artista do café”

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Valéria-VIdigal-arte-caféEsse último domingo, dia 24 de maio, foi reservado a lembrar de um dos itens de consumo mais presentes no cotidiano da população no mundo todo. Por iniciativa da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), a data de 24 de maio foi instituída como Dia Nacional do Café. E se uma xícara desse néctar dos grãos moídos já é um alento, fornecendo energia e bem-estar, para a mineira Valéria Vidigal ele é a fonte de inspiração.

Aos 52 anos, Valéria é reconhecida em todo o universo cafeeiro brasileiro como “a artista do café”. Natural de Viçosa, em Minas Gerais, polo cafeeiro por excelência, hoje está radicada em Vitória da Conquista, na Bahia, outra fronteira de cafés de qualidade.

Ainda estudante na terra natal, conheceu o baiano Gianno de Oliveira Brito, que se transferira para lá a fim de cursar Agronomia, e era de família de cafeicultores. Quando se casaram, em 1992, fixaram-se em Vitória da Conquista, onde possuem e administram fazendas de café, ao mesmo tempo em que Gianno presta consultorias e é líder setorial. Eles são pais de Rafaela, 24 anos; Isabela, 21; e Renato, 14.

O que Valéria traduz em suas telas, espalhadas pelo mundo, é a profunda identificação com essa planta e seus grãos, e com a bebida deles resultante. É uma paixão que lhe foi transmitida no sangue: seu pai, João da Cruz Filho, falecido em 1990, foi renomado pesquisador de café, inventor da chamada “Calda Viçosa”, importante solução fitossanitária na cultura. Já a mãe, Maria Auxiliadora Vidigal da Cruz, é artista plástica, e dela Valéria herdou o dom, tendo começado a pintar aos 11 anos.

Mas foi em 2003 que conduziu seu imaginário em definitivo para o mundo dos cafés. Naquele ano, recebeu uma espécie de mensagem espiritual de seu pai. “Ele me falava que era para eu direcionar a minha pintura somente para a temática do café. E eu obedeci”, frisa. A decisão firmou de vez, para sempre, seu nome de artista no universo cafeeiro. Suas telas deixam transparecer todos os motivos sobre a planta, os cafezais, a rotina no campo, nas fazendas e nas indústrias, a bebida, os grãos, as paisagens.

Ao longo dos anos, Valéria e Gianno dividiram as atenções entre a Bahia e a região de Viçosa. Mas a afinidade da mineira com o ambiente baiano é tal que em 2017 recebeu o título de Cidadã Baiana, da Assembleia Legislativa da Bahia. Em paralelo, obteve centenas de premiações e condecorações por divulgar e promover o café.

E, acompanhando o marido, ela própria frequenta regularmente os eventos do setor nos mais variados polos regionais. Em mais de uma ocasião, as suas produções resultaram em livros, com ampla distribuição. Sua obra pode ser conhecida e apreciada em seu site oficial e em sua página pessoal no Instagram.


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Apaixonei pela paisagem….pintei! Registro de Lucimar Silva! Gratidão ☕

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Encontro Nacional do Café

Foi a partir da presença em eventos do café, ao lado do marido Gianno, que Valéria Vidigal idealizou, em 2007, uma atração específica para o setor. Assim surgiu o Encontro Nacional do Café, realizado em Vitória da Conquista, que a cada ano reúne amplo público, entre lideranças, estudantes, pesquisadores, autoridades e empresários de todo o País para discutir a realidade e contribuições para o setor.

Nas primeiras edições, o encontro acontecia em espaços na cidade, mas logo surgiu mais uma inovação. Gianno e Valéria adquiriram uma nova fazenda, de 110 hectares, na cidade vizinha de Barra do Choça, em pleno Planalto da Conquista, região por excelência de cafés top de linha. Em altitude de 900 metros, com clima ameno, temperatura média anual de 20 graus e solo fértil, implantaram os primeiros cafezais na paisagem, que recebeu o nome de Fazenda Vidigal.

Pois Valéria pensou ainda além, e decidiu, em paralelo ao plantio comercial, criar locais e ambientes de conotação artística, que logo adiante poderiam inspirar-lhe novas telas. A partir do momento em que o Encontro Nacional do Café passou a ser organizado na fazenda, com patrocínio e apoio de empresas, instituições e entidades, surgiram experimentos, estudos técnicos, projetos e parcerias com universidades e organismos de pesquisa e de extensão de vários estados.

Hoje, na fazenda já existe uma casa de torrefação do próprio café produzido no local, e que já é embalado com marca própria. Desta forma, a cada dia, a cada ano, mais ela mescla sua arte com a expertise de fazer o melhor café possível, para divulgar e projetar a atividade no País e no mundo. No Dia Nacional do Café, e também a cada novo dia, ao longo do ano todo.

Fonte: Gazeta

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