Produtores investem em segurança com aumento de roubos de café

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O aumento do número de roubos a propriedades rurais no Sul de Minas, principalmente por causa do café, já faz com que os produtores comecem a investir em mais segurança. Alguns produtores já contrataram inclusive segurança armada para vigiar a propriedade à noite. E a ordem é bem clara: se alguém invadir, eles vão atirar.

“Nós avisamos a todos os moradores para a partir das 18h não vir visita, porque o segurança não sabe se é ladrão ou se é visita”, disse o produtor Carlos Alberto Jacob.

Só neste ano, foram registrados pelo menos 30 roubos a fazendas e armazéns de café na região. Em um armazém, de onde os ladrões levaram 187 sacas de café, o proprietário investiu em monitoramento. Os sensores e as câmeras já deram resultado. Os criminosos voltaram, mas desta vez levaram apenas uma moto.

Autoridades de segurança pública e produtores rurais acreditam que alguns fatores têm contribuído para o aumento de ocorrências que envolvem o roubo de sacas de café no Sul de Minas. Segundo eles, o preço da saca, em torno de R$ 500, a facilidade dos criminosos de vender o café roubado e a fragilidade das propriedades contribuem para o aumento de casos.

“O efetivo da polícia não é suficiente para cobrir uma área tão grande, de café. Então eu acho que uma das opções que nós temos que reivindicar do governo estadual é serviço de inteligência. Pegar essas quadrilhas, ver quem está receptando esses cafés, a facilidade com que eles estão saindo com esse produto, acho que o caminho é esse para acabar com essa roubalheira que está nas fazendas”, disse o presidente do Centro de Comércio do Café do Estado de Minas Gerais, Archimedes Coli Neto.

Especialistas analisam motivo do aumento do número de roubos de café. Presidente do CCCMG, Archimedes Coli Neto, disse que governo estadual deve promover um serviço de inteligência para prisão dos criminosos. (Foto: Reprodução EPTV)
Especialistas analisam motivo do aumento do número de roubos de café. Presidente do CCCMG, Archimedes Coli Neto, disse que governo estadual deve promover um serviço de inteligência para prisão dos criminosos. (Foto: Reprodução EPTV)

No começo do mês passado, durante a madrugada, 20 homens encapuzados e armados invadiram três propriedades em São Pedro da União (MG). Enquanto um grupo vigiava os reféns, o outro roubava o café. No dia 5 do mês passado, 20 criminosos invadiram uma fazenda em Divisa Nova (MG) e levaram 300 sacas de café, deixando um prejuízo de cerca de R$ 200 mil. A quadrilha rendeu nove moradores, que foram obrigados a transferir o café de bags para sacas menores. A ação durou nove horas.

A Polícia Civil diz que vem investigando os casos e que está em contato com autoridades do Estado de São Paulo para tentar chegar aos criminosos. O delegado regional de Poços de Caldas (MG) diz que essas quadrilhas têm um modo de ação parecido.

“Temos quase certeza que são pessoas talhadas pra esse tipo de função, escolhidas a dedo para essa missão. São quadrilhas que têm um certo conhecimento na logística de café, no manuseio, são especializadas dessa forma, principalmente as quadrilhas de assalto, que rendem uma família inteira, uma casa toda e ainda colocam pessoas para que carreguem a saca de café”, disse o delegado regional Sérgio Elias Dias.

Segundo a polícia, o produtor deve ficar atento ao colocar uma segurança armada na propriedade, já que existe uma legislação específica para ser seguida e que o uso de armas sem autorização de porte é crime.

Fonte: G1 Sul de Minas e EPTV Sul de Minas

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