PIB volta a crescer em Minas após três anos, mas ritmo é menor que o nacional

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Quedas na produção de café e leite seguraram a agropecuária em Minas e fizeram a economia do Estado ter uma recuperação menor do que a nacional em 2017. Ainda assim, no acumulado do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado saiu de três anos seguidos de queda e registrou crescimento de 0,6%, segundo dados da Fundação João Pinheiro (FJP), divulgados nesta quarta-feira (21). O resultado é inferior à alta de 1% no PIB nacional no ano passado.

Já o setor de serviços, capitaneado no Estado principalmente pelo comércio e pela venda de produtos têxteis, cresceu 1,3% no acumulado do ano, bem acima dos 0,3% nacionais. A indústria, por sua vez, registrou retração de 1,4%, enquanto, dentro do PIB do país, ficou estável (0%).

Café e leite

“Os dois principais produtos da pauta agrícola mineira, que são café e leite, não apresentaram crescimento tão expressivo”, explicou Gláuber Silveira, pesquisador da FJP, na sede da instituição, que divulgou os números relativos ao 4º trimestre do ano passado. “A agropecuária brasileira é soja, que foi o que deu esse ‘boom’ em 2017”, complementou.

No café, a previsão do IBGE é de queda de 18,3% na safra de 2017 em relação ao ano anterior. De acordo com Thiago Corrêa, pesquisador da FJP, a explicação tem a ver com o caráter biológico da produção do grão, que é bienal, com colheitas em anos pares. Já a Pesquisa Trimestral do Leite, do IBGE, mostra que, no Estado, foram adquiridos 116 mil litros a menos de leite cru em 2017 em relação a 2016.

Em serviços, foi de 32,5% o aumento nas vendas de tecidos, vestuários e calçados no acumulado do ano. Com isso, o subsetor do comércio apresentou alta de 2,5%. A indústria têxtil também cresceu ­– 13,7%. Segundo Gláuber Silveira, o resultado da venda e produção de vestuários é explicado por incentivos dados pelo governo do Estado ao setor.

“O setor da indústria também apresentou queda, no setor de energia e saneamento (-7,2%), em função das baixas de chuva”, afirmou o pesquisador. A construção civil, por sua vez, caiu 6,4%.

Recuperação

Apesar de menor que o crescimento nacional, o resultado de 0,6% no PIB em Minas cria expectativa para um cenário mais positivo nos próximos anos, principalmente quando se observa os números dos três últimos, todos registrando crescimentos negativos: -1,1% em 2014, -4,9% em 2015 e -2,6% em 2016.

“Podemos dizer, tecnicamente, que a economia mineira não está mais em recessão. Não tem mais crise, apesar de o crescimento ser muito modesto. O que a gente imagina para próximos anos é que esse crescimento seja sustentável”, resume Silveira, que diz que a expectativa do mercado é que haja o PIB cresça 3% tanto em Minas quanto no Brasil.

Fonte: Hoje em Dia (Por Fábio Corrêa)

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