Pesquisa deve observar mais – planta que morre e ressuscita

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Esse artigo não é estritamente sobre café, mas tem a ver com o modo de pesquisar, também aplicável á lavoura cafeeira.

Contamos uma história que se passa num morro na cidade do Rio de Janeiro, num ambiente urbano, que nada tem a ver com agricultura, mas poderia ter.

Sobre uma lapa de pedra crescem plantas de uma espécie diferenciada, no seu comportamento vegetativo. Verifica-se que elas possuem um desenvolvimento quase inacreditável em relação ao que conhecemos. Isso por que elas morrem e revivem, rapidamente, em função das chuvas.

Quando ocorrem muitos dias sem chuva, logicamente, por crescerem quase sem substrato, sobre lapa de pedra, as plantas vão secando toda sua estrutura vegetativa, ficando secas completamente, desidratadas, assumindo cor marrom/cinza, ou seja, com vegetação morta. Ao ocorrer uma chuva, logo, no dia seguinte, é incrível observar que a vegetação seca adquire uma coloração amarelo-escuro. Mais outro dia toda ela fica verde, como se revivesse. Vejam que não são novas brotações, são os mesmos ramos e folhas, que retomaram a sua cor normal, verde.

Não temos conhecimento do nome dessas plantas. Vemos que elas tem crescimento herbáceo, com folhas estreitas, parecendo, a principio, gramíneas, porem sua flores são brancas e grandes, parecidas com as de uma planta de lírio.

Pois bem, essa história mostra que algo de diferente pode ser encontrado, através de uma melhor observação e, assim, com pesquisa buscar meios de transferência e aproveitamento dessa característica de alta capacidade de sobrevivência. Mostra, ainda, que as Instituições, como Universidades e Institutos, devem fazer pesquisas mais observativas e dirigidas para soluções aplicáveis, não apenas para acumular conhecimentos e títulos.

Com o café temos sido bem atentos ao que ocorre no campo. Boa parte dos materiais genéticos, que se transformaram em cultivares adequados ao cultivo, foi obtida de seleções feitas sobre cafeeiros diferenciados, que apareceram e foram observados dentro das lavouras.

A natureza nos ensina e com ela temos muito a aprender. Oxalá algum pesquisador, do ramo de botânica e genética, se interesse por essa planta aqui descrita e possa tirar proveito dela.

Fonte: Fundação Procafé (Por J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé)

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