PAUSA PARA O CAFEZINHO: Itália busca inserir na lista de Patrimônio Cultural da Unesco o seu café espresso
A Itália reconhecida como berço do café espresso no mundo, está em busca para que o café espresso seja adicionado à lista da organização cultural das Nações Unidas, a UNESCO, como “patrimônio imaterial do mundo.”
Se for bem-sucedido, o status da UNESCO fará com que o espresso italiano seja oficialmente considerado um símbolo da herança do país, assim como sua pizza napolitana, que entrou na lista em 2017.
Mas o que isso pode significar para os amantes de café espresso? O pedido significa que a Itália está comprometida em preservar a autenticidade da bebida.
Se for reconhecido como parte oficial do patrimônio da Itália, o espresso terá que seguir diretrizes rígidas, como sua crema (a espuma cremosa que fica por cima) ser “uniforme e persistente por pelo menos 120 segundos a partir do momento em que o café foi retirado sem mexer”, diz o Italian Espresso Institute.
Criado no século 19 em Turim, o café espresso está ligado à Itália desde o seu início, se tornando parte integrante da identidade nacional e, de fato, a maioria das bebidas à base de espresso hoje ainda utiliza nomes italianos. Sua popularidade no país é insuperável em qualquer outro lugar do mundo, com “mais de 90% dos italianos bebendo uma xícara por dia, geralmente servida em uma xícara de porcelana”, segundo o Italian Espresso Institute, cujo “objetivo específico é promover o espresso original.
“É um ritual autêntico e uma expressão de nossa sociabilidade que nos distingue em todo o mundo”, afirma Gian Marco Centinaio, subsecretário de agricultura da Itália, observando que buscar o reconhecimento da UNESCO para a expressão é “uma maneira de celebrar a interação social da Itália”.
É difícil argumentar que a bebida não é uma parte profundamente enraizada da cultura italiana. No entanto, esta não é a primeira vez que o país faz uma oferta para que seu café espresso seja incluído na lista da UNESCO, com pedidos anteriores nunca tendo passado da linha de chegada. As esperanças são grandes de que desta vez a Itália seja bem-sucedida em sua situação, e o governo italiano antecipa uma resposta positiva da comissão da UNESCO até a primavera de 2022.
Parece que um potencial aumento no preço do café espresso foi suficiente para todos se unirem por um bem comum: buscar o café espresso como referência de patrimônio cultural para manter o preço em cerca de 1 euro (que na cotação atual equivale a R$5,99), alguns especialistas dizem que o preço pode chegar até €1,50 (R$8,99- cotação feita do dia 27/01/2022 através do Banco Central do Brasil).
Isso vem ocorrendo devido ao aumento global dos preços do café desde 2021, provocado pelas mudanças climáticas que trouxeram uma queda na produtividade, e com isso uma maior demanda no mercado externo mas com pouca oferta em vários países produtores de café.
Outro fator que também está contribuindo nesta elevação dos preços é o grande aumento do dólar que interfere diretamente em toda a cadeia, aumentando os custos de produção já que os fertilizantes e defensivos agrícolas aumentaram ao redor do mundo, inclusive triplicando o valor em alguns casos.
Uma coisa é certa, só temos que agradecer aos italianos por nos proporcionarem através da criação desta bebida essa mágica experiência de tomarmos um café espresso.
Fica aqui a minha singela homenagem utilizando durante todo este texto a palavra “espresso” com “s” como é utilizada na Itália, mantendo essa tradição em forma de carinho e respeito a origem do café espresso.
Fonte: Sprudge/The Guardian
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Uma ótima semana a todos, abraço e até o próximo e saboroso cafezinho.
Lilian Trigolo
Cafeicultora e Coffee Lover – apaixonada pelo universo do café, e toda a sua cultura cafeeira.
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