OIC: exportação global de café recuou em abril, com queda dos embarques do Brasil

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Os estoques de café no Brasil caíram e podem estar em um novo piso histórico. A avaliação consta do relatório mensal divulgado nesta quinta-feira pela Organização Internacional do Café (OIC). A entidade argumenta que a diminuição dos embarques do produto brasileiro observada em abril indica que parte da produção pode estar sendo direcionada para o mercado doméstico. Relatório mensal da OIC divulgado nesta tarde em Londres chama atenção para as exportações globais de café, que somaram 9,3 milhões de sacas em abril, volume 8,1% menor que o registrado em igual período do ano passado. “A redução em grande parte resultou do ritmo mais lento dos embarques do Brasil, cujo volume caiu 25%, para 2,4 milhões de sacas.” A retração expressiva nos embarques brasileiros, diz a OIC, pode indicar mudança da dinâmica do mercado doméstico.

Para a entidade, os números sugerem que a disponibilidade de café no Brasil “se exauriu com o impressionante desempenho recente das exportações brasileiras”. A entidade lembra que essa tendência não era observada no período imediatamente anterior. Nos sete primeiros meses da safra 2015/2016 – entre outubro e abril – o Brasil embarcou 65,2 milhões de sacas, queda de 0,7% na comparação com o período anterior. “A nova safra estará sob pressão, tanto para suprir o consumo interno no Brasil quanto para atender às necessidades de exportação durante o próximo ano”, cita o relatório.

A organização comenta, ainda, as projeções atualizadas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o grão. As 49,7 milhões de sacas projetadas pela Conab ficaram abaixo da estimativa anterior, divulgada em janeiro, mas representam aumento de 14,9% em relação a 2015/16. “Caso a estimativa de 49,7 milhões de sacas se materialize, esta será a maior safra de que se tem registro no Brasil, sugerindo uma superação dos efeitos da seca que afetou negativamente a produção brasileira em 2014/15 e 2015/16”.

A OIC nota que o aumento se deve sobretudo à maior produtividade do arábica, pois “a área do parque cafeeiro de modo geral continua a mesma”. A produção de robusta, ao contrário, deve cair 16% na comparação com a safra anterior. “Essa seria a menor safra de robusta em mais de 10 anos, pois a falta de chuvas tem tido sérias repercussões em diversas regiões produtoras”.

Fonte: Agência Estado (Fernando Nakagawa)

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