Indicador de preços do café do Cepea atingiu recorde nominal em fevereiro
Os pesquisadores explicam que a alta foi impulsionada pelas preocupações quanto à oferta neste ano, especialmente após os estoques certificados da Bolsa registrarem os volumes mais baixos desde 2000, e do consumo firme. “Além disso, os entraves logísticos globais e as apreensões com uma safra de bienalidade positiva mais baixa no Brasil (diante de secas e geadas em 2021) reforçaram a alta.”
Já na segunda quinzena de fevereiro, os preços do arábica passaram a cair, com o movimento de queda ganhando intensidade no final do mês. No Brasil, a baixa esteve atrelada às desvalorizações externa e do dólar no período. Já na Bolsa de Nova York, a queda foi reflexo de fatores técnicos – com a venda de contratos, após a forte alta no começo do mês – e também de instabilidades externas diante do conflito entre Rússia e Ucrânia, que estimulou traders a cortarem suas posições em ativos com maior risco, como commodities agrícolas e migrando para ativos como o ouro, por exemplo, dizem os pesquisadores.
O contrato Maio/22 em Nova York finalizou o dia 28 de fevereiro cotado a 232,90 centavos de dólar por libra-peso, 1,1% inferior ao dia 31 de janeiro. O caso do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital, fechou o mês cotado 1.434,43/saca, em queda de 2,7% (ou R$ 39,91/saca), ante 31 de janeiro. “Ressalta-se, no entanto, que os fundamentos ainda seguem positivos para o café (preocupações com a oferta e a logística em 2022).”
No campo, agentes consultados pelo Cepea apontam que o clima segue ainda favorável para o enchimento e a maturação dos grãos, o que pode resultar em um maior rendimento na safra de 2022/2023. “Ainda assim, devido ao abortamento de flores em 2021, o potencial produtivo dos cafezais – especialmente na Mogiana, Sul e Cerrado Mineiros – será limitado nesta safra. Quanto à colheita, espera-se que se inicie em maio, caso o clima continue beneficiando o desenvolvimento final da safra.”
Fonte: Redação Globo Rural