FOLHA TÉCNICA: Catucai-APA (Catucai amarelo porte alto), nova cultivar de cafeeiros muito produtiva

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Uma nova cultivar de cafeeiros, do material genético de Catucai, foi testada e aprovada para plantio comercial, tratando-se de plantas muito produtivas, de frutos amarelos e de porte alto, por isso o nome Catucai-apa.

Os cafeeiros do grupo Catucai tiveram origem em seleções realizadas sobre material híbrido natural, entre Icatu vermelho e Catuai. Foram derivadas várias gerações, através de longos anos de pesquisas desenvolvidas, inicialmente no ex-IBC, depois na Fundação Procafé. Dessas seleções surgiram várias cultivares, de frutos vermelhos e amarelos, devidamente registradas no MAPA e que já se encontram com plantios em larga escala, tendo boa aceitação em muitas regiões cafeeiras.

As plantas de café das cultivares Catucai apresentam bom vigor e produtividade semelhante ou superior ao padrão Catuai.  A resistência à ferrugem, de início muito boa, com o aparecimento de novas raças do fungo, permaneceu adequada em algumas seleções e as demais apresentam tolerância, tendo o controle químico facilitado. Ultimamente foi liberada uma seleção com boa resistência.

As seleções de Catucai, desde o início, apresentavam plantas segregando para os dois tipos de porte (alto e baixo) e foi dada prioridade para a obtenção de cultivares de porte baixo, mais adequado ao manejo dos tratos. No entanto, ao longo dos anos, dentro de lavouras com plantas de porte baixo, têm sido observadas plantas de porte alto, com boas características produtivas, que foram selecionadas para sua testagem. Assim, as plantas altas selecionadas, que deram origem à cultivar Catucai-apa, foram oriundas em sementes da cultivar Catucai amarelo 2 SL obtidas da FEX Varginha. Apenas para lembrar, a característica de porte alto é definida por um fator recessivo (ctct). Portanto plantas de porte alto, com auto-fecundação, como ocorre em cafeeiros arábica, só dão origem a esse tipo de porte.

A testagem do material de Catucai-apa foi feita através de um ensaio conduzido na região da Alta Mogiana, em S.José da Bela Vista, próximo a Franca-SP, A comparação foi efetuada com outros 17 materiais, incluindo padrões de porte alto e baixo, como 3 cultivares de Mundo Novo e 3 de Catuai, mais alguns materiais com resistência à ferrugem. O ensaio foi conduzido em blocos ao acaso, com 4 repetições e parcelas de 10 plantas e sob duas condições, de sequeiro e irrigado. Todos os materiais receberam o controle completo contra ferrugem. Na tabela 1, aqui incluída, são resumidos os resultados de produtividade, na média de 5 safras, para alguns dos itens testados. Foi avaliado, também, o percentual de peneira alta e realizadas, ainda, observações sobre outras características, como porte e vigor das plantas e tamanho e maturação dos frutos.

Os resultados na média das 5 safras mostram a maior produtividade do material de Catucai-apa, seja na condição irrigado ou de sequeiro, sendo, na média das duas condições, 24% mais produtivo em relação aos MN e 29% a mais do que os Catuais. Houve significativo destaque, também, para o tamanho dos grãos (peneira) colhidos no Catucai-apa, com elevado percentual de grãos de peneiras altas. Outras características observadas foram o bom vigor das plantas e a maturação dos frutos com boa precocidade e de forma uniforme. As plantas possuem folhas novas de coloração predominantemente bronze e apresentam tolerância à ferrugem. A altura das plantas é semelhante àquelas de MN.

Assim, os produtores que preferem o plantio de variedades de café de porte alto podem contar, agora, com nova alternativa, com boa produtividade, com frutos de maturação uniforme e de grãos graúdos, além da maior facilidade de controle da ferrugem, vantagens adicionais em relação ao padrão atual, o Mundo Novo.

Fonte: Fundação Procafé (J.B. Matiello- Eng Agr Fundação Procafé, Igor R. Queiroz, Eng Agr. ex-bolsista Fundação Procafé, Marcelo Jordão Filho, S. R. Almeida, Lucas Bartelega e Iran B. Ferreira (in memoriam) – Engs Agrs Fundação Procafé, Lucas Ubiali e Leandro Andrade – Engs Agrs Bolsistas Fundação Procafé e Eder Sandy – Eng Agr Consultor em cafeicultura)