Falta de equipamentos de irrigação prejudica plantações de café no Triângulo Mineiro

Imprimir

A dificuldade em conseguir equipamentos de irrigação está prejudicando o plantio de café em Minas Gerais. Muitos agricultores precisaram diminuir a área de cultivo.

Na fazenda dos irmãos José e Mário Dianin, em Romaria, no Triângulo Mineiro, o café ocupa 130 hectares. Mas o plantio, previsto para o início de dezembro, foi adiado.

Para o desenvolvimento das mudas, os agricultores precisam de um sistema de irrigação eficiente. O escolhido pelos irmãos foi o modelo por gotejamento, que também é usado em outras áreas da propriedade. Apesar do pedido ter sido feito em julho, até agora, a empresa que faz a instalação não conseguiu entregar.

Antes de iniciar o plantio do café, o ideal seria que o sistema de irrigação já estivesse pronto. Os produtores esperaram o quanto puderam e como os canos ainda não chegaram, a solução foi irrigar as mudas com um trator, o que leva, em média, três dias para molhar toda a área.

Quem está fazendo esse trabalho é o Márcio Dianin, filho do Mário. Para dar conta dos mais de 30 hectares em renovação, ele precisa ir ao córrego para buscar água.

“Isso demanda um trabalhador a mais. Preciso de mais tempo para abastecer o tanque e vir molhar o café já plantado, em torno de uma hora e meia”, conta Márcio.

Pedidos atrasados
E não é só essa família que está sofrendo com o problema. Uma empresa que implementa sistemas de irrigação para produtores de café está com pedidos atrasados desde junho. Principalmente porque a indústria parou de fornecer os tubos de PVC, material indispensável para a fabricação dos sistemas.

Quem fez pedidos mais para o fim do ano também vai enfrentar preços mais altos. E foi esse aumento nos custos que fez o agricultor Luiz Augusto, de Coromandel, no Alto Paranaíba, desistir da irrigação.

A pandemia derrubou as vendas de PVC no ano passado e as indústrias diminuíram a produção. Agora, a demanda aumentou e é por isso que está faltando produto.

Fonte: Globo Rural