Comercialização de café acelerada em MG

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A comercialização da safra 2016 de café segue acelerada em Minas Gerais. Como, ao longo dos últimos meses, o café seguiu apresentando picos de preços, em função das variações climáticas e da possibilidade de oferta menor, muitos produtores anteciparam as negociações.

De acordo com os dados levantados pela consultoria Safras & Mercado, a comercialização da safra até julho já abrangia 39% do volume a ser colhido no Estado, que foi estimado em 30,9 milhões de sacas. Na média dos últimos cinco anos, o volume comprometido nesse intervalo representava 33%. No período atual da safra, a colheita de café já atingiu 82% do volume.

No País, as negociações também estão adiantadas. Já foi negociado 37% do volume total a ser colhido, que será de 54,9 milhões de toneladas.

Segundo o analista de Safras & Mercado, Gil Barabach, o ritmo acelerado nas vendas do café deve-se ao melhor preço praticado ao longo do período de colheita, época em que, normalmente, ocorre desvalorização da saca do grão. Os fatores climáticos e a cotação do dólar tornaram os preços vantajosos e estimularam as negociações.

“O cafeicultor aproveitou o repique de preço, quando em meados de julho o valor do café duro girou entre R$ 530 a R$ 540 por saca de 60 quilos em Minas Gerais, para acelerar as negociações e aproveitar o bom momento do mercado”, explicou.

Outro fator que estimulou a maior comercialização foi a forte demanda proveniente das indústrias. Devido à alta perda produtiva registrada na cafeicultura do Espírito Santo, o que restringiu a oferta e alavancou os preços do café conilon, as indústrias voltaram as atenções para o tipo arábica.

“Como o conilon está com preços muito altos, as indústrias estão trocando o produto pelo arábica, bebida mais baixa, dando suporte e vazão ao café no período de colheita da safra.

Isto vem evitando quedas de preços e sustentando os valores em patamares mais elevados que os praticados em igual período do ano passado. No ano anterior, também ocorreram perdas e os preços subiram muito, fazendo com que a margem de lucro das indústrias ficassem bem ajustadas. Com isso, o setor, neste ano, adotou uma posição mais agressiva adquirindo o grão no início da safra”, explicou Barabach.

O ritmo acelerado nas vendas deve-se ao melhor preço durante a colheita, resultado de perdas no ES e alta do dólar. (Foto: Eric Gonçalves)
O ritmo acelerado nas vendas deve-se ao melhor preço durante a colheita, resultado de perdas no ES e alta do dólar. (Foto: Eric Gonçalves)

Regiões – As vendas antecipadas foram verificadas em todas as regiões produtoras do Estado. Na região Sul, maior produtora de café, 40% da safra 2016 ou 6,6 milhões de sacas de 60 quilos do grão já foram negociadas. Na média dos últimos cinco anos, a comercialização abrangia 33% do volume total. Na região, a previsão da Safras & Mercado é de uma produção de 16,5 milhões de sacas de café e a colheita já abrange 82% da área.

No Cerrado, já foram vendidas 2,7 milhões de sacas de café da safra 2016, o que representa 41% do volume a ser colhido, 6,6 milhões de sacas. O volume também esta acima da média registrada nos últimos anos, que é de 34%.

Os cafeicultores das Matas de Minas e Norte já negociaram 35% da safra ou 2,7 milhões de sacas, ante o índice de 33% registrado nos últimos anos. A colheita já atingiu 88% da safra, que será de 7,8 milhões de sacas.

Fonte: Diário do Comércio (Por Michelle Valverde)

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