Colheita do Café e novo Coronavírus
Com a proximidade da colheita do café e por conta dos impactos causados pela pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), viu-se a necessidade de proteger essa atividade econômica tão relevante para os capixabas. Antecipando-se aos fatos, o Governo do Estado do Espírito Santo, por meio das secretarias da agricultura e da saúde, reuniu os principais representantes do setor para discutirem estratégias em torno da relação “colheita do café X Coronavírus”.
O resultado foi a edição da cartilha intitulada “Colheita do Café: orientações para prevenção do novo coronavírus” contendo instruções gerais de higiene e saúde, além de específicas sobre a atuação in loco dos trabalhadores na colheita.
O Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), representando os comerciantes e exportadores de café, foi uma das instituições coautoras da cartilha. Para Márcio Cândido Ferreira, presidente da instituição, o momento requer muita cautela e atenção máxima às recomendações de prevenção das autoridades de saúde, e uma cartilha voltada especificamente para a colheita do café dará mais segurança para que essa atividade seja realizada com a mesma eficiência e qualidade de anos anteriores. Na visão de Márcio, o ponto principal das recomendações é aquele que diz para aguardar até o mês de maio para colher, isso porque até lá espera-se uma queda na disseminação do vírus e porque trata-se de período em que as lavouras estarão maduras em quase sua totalidade.
Por que não colher o café verde?
Para quem pensa que o cafeicultor terá prejuízo ao aguardar cerca de trinta dias para começar a colher, o Presidente do CCCV explica que quando o café é colhido antes do momento certo, ou seja, ainda verde, sua qualidade diminui provocando redução em seu valor de mercado. Mas não é só isso, segundo Márcio, quando o café está verde ele pesa menos se comparado a quando o mesmo está maduro, fazendo com que o produtor perca também em número de sacas colhidas.
Para o dirigente do CCCV, todas as atenções do mercado interno e do exterior estão voltadas para o Espírito Santo devido à sua condição de maior produtor de café conilon do país e, se forem observadas as recomendações da cartilha voltada para a colheita, os impactos no setor serão residuais. Com a recente alta nas cotações dos cafés arábicas, espera-se uma demanda forte de cafés conilon para este ano, tanto no mercado interno como para exportação contribuindo também para a manutenção dos preços de um modo geral. Se a oferta de serviços de logística e transporte internacional for assegurada, as exportações também seguirão firmes, conclui Márcio.
Fonte: Centro do Comércio de Café de Vitória