Cafeicultores do Programa ATeG conhecem o ‘grau de brix’ em Monte Santo de Minas (MG)

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As atividades em tempo de colheita do café são intensas nas lavouras e, para os produtores integrantes do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema Faemg/Senar Minas, é tempo de mais aprendizado. Em Monte Santo de Minas, a técnica de campo e engenheira agrônoma Brisa Moreira Ramos Bonfim Calsoni orienta os produtores do seu grupo para conhecerem um pouco mais do produto e da qualidade do café, bem como as ações que o afetam e refletem no preço de mercado.

Com a intenção de levar mais conhecimento sobre as características do café, Brisa mostrou aos produtores o grau de brix (escala utilizada para medir a quantidade de compostos solúveis) nos frutos e o quanto esse índice afeta a qualidade dos grãos. “Muitos deles não sabiam que o brix é formado pela soma dos teores de glicose, frutose e sacarose extraídos na hora que se espreme o grão maduro. Muitos fatores internos e externos podem influenciar o grau de brix de cada lavoura, variando entre cultivares, clima, nutrição, altitude, entre outros”.

Com a medição do grau de brix é possível determinar o momento ideal de se iniciar a colheita em cada talhão. “O uso do refratômetro (brixômetro) tem ajudado na escolha do talhão e momento mais certeiro para iniciar a colheita, medindo com frequência grãos aleatórios de cada talhão separadamente”, afirma Brisa Calsoni.

De forma geral, os valores de brix para o café variam de 15 a 30 graus. Entretanto, os valores de referência para a qualidade ainda não estão devidamente definidos, são inúmeros os fatores de influência nas características químicas, físicas e sensoriais do café. Uma pesquisa da Embrapa Rondônia aponta que, para cafés especiais, tem se observado valores acima de 22 graus brix.

“Vale lembrar que essa característica não é primordial para obter a qualidade final do café. Observo que muitos produtores perdem qualidade no pós-colheita devido à dificuldade ou até falta de conhecimento para manejar esses lotes quando chegam no terreiro”, ressalta Brisa (foto ao lado). Muitas vezes por não terem terreiro suficiente, safra elevada e, também, a dúvida sobre o momento certo de levar o café para o secador e clima, entre outros quesitos que podem condenar o lote que teve o maior grau de brix da propriedade. “Diante deste cenário, optei por orientá-los este ano a cuidar melhor e com mais cuidado dos talhões que tem a tendência de ter um brix diferenciado, mostrando que é possível sim ter uma qualidade melhor, com uma gestão técnica de qualidade. O produtor está comprometido em se dedicar a essas orientações”, acrescenta.

Com essa proposta a técnica espera não só melhores resultados, mas também que o produtor, com o conhecimento adquirido, possa aplicá-lo em toda a sua lavoura nos próximos anos, garantindo dessa forma um produto de qualidade diferenciada, o que resulta em melhores rendimentos para o produtor.

Fonte: Assessoria de Comunicação Senar Minas – Regional Passos (Por Denise Bueno)