Cafeicultor do Sul de Minas envia Carta Aberta para a Ministra da Agricultura

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O cafeicultor da cidade de São Pedro da União (MG), Fernando Barbosa, escreveu uma carta aberta para a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina. No documento, o cafeicultor do Sul de Minas menciona as dificuldades dos produtores de café do Sul de Minas e pede um norteamento para o Ministério da Agricultura em relação aos produtores rurais. Confira carta logo abaixo:

Em um momento de pandemia e crise mundial como proceder com a colheita do café?

Somos cafeicultores do Sul de Minas, que apesar de tão termos representatividade e força política, o que já nos deixa muito frustrados no contexto geral, mantemos a responsabilidade produzir a maior parte das sacas de país de nosso país. E se me permite a observação, um café de ótima qualidade que nos representa em exportações.

Já é histórica a necessidade de reformas e projetos para nosso setor produtivo, mas sabemos que estas ações não são de curto prazo, mas necessárias e ainda temos fé que virão. Contudo vivemos um momento atípico, particular de nossa história cujas ações não podem esperar acordos, coligações ou qualquer outro tipo de movimento político.

Alias, o que menos precisamos neste momento é da política. O que precisamos neste momento é de um norte, um plano de ação eficaz que seja comum e que apoie na execução de nossa atividade. Porque como disse um companheiro nosso, que faço aqui uso de suas palavras “…num tenho medo de trabalho não, e da porteira para dentro, o senhor pode vim aqui ver, fazemos tudo direitinho…”. Mas precisamos deste norte!

Está a chegar a época da colheita do café, e esta vai se passar em plena crise da pandemia em que nos encontramos. E como devemos proceder neste caso?

Nosso setor vem de uma série de baixos preços, que quando muito, se com sorte, pagam nossos custos de produção. Entendemos que esta pode ser uma oportunidade nosso setor, em vista do que se passa no mercado internacional. Contudo temos que aproveitar estas janelas de oportunidade com segurança e respeito a vida humana, acima tudo.

É dentro deste contexto, que peço que a ministra da agricultura, junto com os órgãos competentes, análise e nos apresente este norte de trabalho. A atual burocracia trabalhista e a regulamentação do setor, hoje são empecilhos que nos travam para ter a agilidade necessária neste momento de crise.

Já existem grupos de trabalho locais estudando medidas adequadas que atendam tanto as necessidades dos cafeicultores regionais do sul de minas, quanto as recomendações apresentadas pelos órgão competentes, pensando neste senário em que vivemos, e nunca esquecendo de valorizar a vida humana dos nossos talhadores.

Outro ponto importante, gostaríamos de um selo oficial para o nosso café, que o identificasse de forma que o café sul de minas tivesse a sua identificação garantida no processo de exportação para que este não seja confundido como um café de outras regiões. Este pedido particular se deve ao fato de que pelo nosso café ser de montanha o número de trabalhadores para o processo de colheita é maior do que de outras regiões planas, no qual a geografia favorece o uso de maquinário.

Fernando Barbosa – Cafeicultor de São Pedro da União-MG

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