Café robusta se valoriza bastante por demanda e dólar e tira distância de preço do arábica
Em geral, com o dólar mais valorizado no Brasil, a bolsa caia. Mas com a procura pelo conilon no mercado os futuros vão se mantendo, segundo Edimilson Calegari, gerente comercial da Cooabriel, uma das principais cooperativas produtoras. A explicação está, por tabela, na valorização do arábica, com expectativa de menor produção no Brasil.
Na segunda, o arábica em Nova York subiu 150 pontos e nesta terça está mais 15 de alta, no contrato dezembro (97,65 c/lp).
Além do mercado interno aquecido, o externo está comprador. Calegari lembra que no mês passado o Brasil exportou 500 miil sacas aproximadamente de robusta, visto com um bom número.
“A procura pelo robusta tem sido maior para aumentar o blend”, analista diz.
Usado mais para mistura, acentuando mais volume, a variedade entra em maior quantidade porque as indústrias diminuem o volume do arábica.
Com a colheita concluída e o grosso da oferta já desovado pelos produtores, os detentores do café estão segurando também às vendas – tirando oferta maior do mercado. Esse é um fator considerável para o analista Marcus Magalhães, da Marus.
A Cooabriel, sediada em São Gabriel da Palha (ES), já recebeu 1,620 milhão de sacas nesta safra, 30% superior a todo o ciclo passado. E deve concluir o recebimento em 1,7 milhão, o que reafirma as boas expectativas para a variedade sempre tida como de baixa qualidade.
Beba robusta
Através de um intenso trabalho de qualidade, o Conilon de Excelência, a cooperativa dos cafeicultores da zona produtora capixaba partiu para uma marca própria de café, vendido torrado e moído, o Guardião. 100% robusta.
Nessa frente aberta, os produtores querem ver cada vez mais a variedade sendo bebida pura e não apenas misturada.
A campanha está fazendo sucesso e abre uma válvula de negócios direto com o consumidor, sem precisar passar todo o volume produzido pelas indústrias compradoras.