Café do dia a dia: barista comenta sobre os principais erros na hora de preparar a bebida

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Ao logo dos anos, o café se tornou indispensável na vida de inúmeras pessoas pelo mundo afora. Tem gente que gosta dele mais forte, outros que preferem a bebida bem mais fraca. Tem aqueles que adoçam, mas também tem os que gostam de saborear sem nada de açúcar, deixando apenas o sabor natural se destacar.

A verdade é que cada dia está mais difícil encontrar quem não tome ao menos uma xícara de café por dia. E foi pensando nisso que o G1 convidou um especialista em preparos de café para comentar sofre os erros mais comuns na hora de preparar a bebida.

Barista de uma das cafeterias mais tradicionais de Poços de Caldas (MG), Yuri Moreeuw Fernandes fala que um dos principais erros no preparo do café é não prestar atenção na água que se usa para fazer a bebida.

Barista dá dicas de como fazer para se tomar o melhor café — Foto: Andressa Souza

“A água é o fator mais importante do café. Por exemplo, aqui na cafeteria a gente tem a Moka, que é uma cafeteira onde a gente coloca 75g de café para um litro de água. Aí você pensa: a maior parte da sua bebida é água. Então você tem que ter uma boa água para produzir um bom café. Essa bebida é 92,5% de água na sua xícara, por isso é importante você ter uma água bem filtrada, uma água que não tenha muito bicarbonato, cloro e não tenha flúor. Isso daí faz uma bebida ficar muito melhor”, comentou Yuri.

Outro erro muito comum cometido na hora do preparo é ferver demais a água. Deixar a água borbulhar completamente não é o correto, segundo o barista.

“Quando você põe uma água muito quente, você extrai muito do café. Isso gera sempre uma bebida amarga. Sempre fica amargo. O bom é você ter uma temperatura entre 85 e 94 graus, que é uma temperatura agradável pro café”, disse.
“Uma dica que eu faço em casa, porque eu não tenho um termômetro em mãos toda hora, é ver as bolhas crescendo ao redor da chaleira. Quando você as vê subindo por volta da chaleira, sem estar no meio, já pode desligar o fogo e passar o café, que já é a temperatura agradável pra se tomar. Não se preocupe achando que não vai ficar quente. Oitenta graus é quente, eu garanto que é quente. Você pode tomar a 80 graus que é tranquilo”, pontou sorrindo.

Qualidade e temperatura da água são essenciais para fazer um café mais agradável — Foto: Andressa Souza

Bastante utilizado quando o café é feito em casa, o coador de papel pode se tornar um vilão no preparo da bebida quando não usado com o pó adequado. Yuri explica que, geralmente, um pó comum comprado em supermercado é muito fino, e para estes tipos de coadores, o ideal é usar sempre um pó mais grosso, para que o café não demore a passar, já que o coador de papel tem apenas um pequeno furo na parte inferior.

“Se possível é bom comprar sempre o grão inteiro, ao invés de moído, e moer em casa, que você mói um pouco mais grosso, para se ter maior refrescância […] e tente extrair de uma forma que não prejudique a barreira da água, de modo contínuo, que a água esteja fluindo de uma forma sem interromper, sem fazer aqueles coágulos, que aí você não vai ter um café amargo, vai ter um café mais doce”, explicou.

“O grão tá novo, mas na hora que você mói ele começa a oxidar. Se você mói pouco antes de extrair, seu café vai ter muito mais aroma, muito mais sabor do que comprar o pó que já vem moído a mais de mês dentro do mercado”.

Segundo barista, segredo para um bom café é a água que é utilizada — Foto: Andressa Souza

Manter o café muito tempo dentro de garrafas também não é uma boa opção. Sabor, doçura e aroma mudam, deixando a bebida menos agradável.

“Por mais que você tenha coado o café, ainda ficam uns pequenos resíduos lá dentro que ficam extraindo ao longo do tempo. O que você pode fazer para melhorar é sempre dar uma mexida na garrafa antes de tomar, que aí você homogeneíza a sua solução. Aquelas partículas mais pesadas que estão no fundo se misturam com as de cima, que estão menos extraídas. E assim você consegue uma bebida mais homogênea”, finalizou o especialista.

Fonte: G1 Sul de Minas (Por Filipe Martins)

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