Associações de café de El Salvador assinam pacto que inclui injeção de US$ 150 milhões
A baixa produtividade das últimas temporadas deve-se ao castigo que têm recebido os cafezais salvadorenhos pelo efeito da mudança climática, da ferrugem do café e da falta de manutenção, disse o representante em El Salvador do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Gabriel Rodríguez.
Devido a essa situação, o IICA iniciou, há dois anos, as gestões para obter a unificação das associações para depois obter financiamento e buscar uma solução integral para o cultivo.
“Durante 2015, seguimos procurando a aproximação entre as associações, buscando financiamento, até que esse ano, em uma reunião de associações, podemos dizer que isso deu seus frutos”, disse Rodríguez.
“Estamos unidos e estamos conversando para ver se todos unidos podemos trabalhar a cafeicultura a partir do próximo ano. Se isso for assim, novos ventos soprarão para o café”, disse o gerente geral da Associação Salvadorenha de Beneficiadores e Exportadores de Café (Abecafé), Marcelino Samayoa.
O esforço, segundo explicou o líder da associação, consiste em cooperação técnica, pesquisa científica e financiamento para impulsionar a produtividade. A cooperação técnica será brindada pelo IICA, enquanto a financeira será fornecida pelo BID.
No entanto, Rodríguez enfatizou que o esforço deverá incluir o Governo. “Para isso, estamos fazendo com que as associações unam esforços com o Ministério da Agricultura (MAG)”, disse o representante do IICA, garantindo que houve aproximação com o responsável pelo setor, Orestes Ortez.
As associações estabeleceram cinco comissões, segundo Rodríguez, que se reúnem semanalmente para estabelecer “os assuntos importantes da cafeicultura”. Com relação a isso, a Abecafé disse que um dos temas centrais é a dívida, de cerca de US$ 200 milhões, que tem o setor.
“É necessário ver como se faz para resolver o problema desses cafeicultores. As soluções passam por períodos de graça e longos períodos para poder pagar, mas nós cremos que se deve pagar”, disse Samayoa.
Outra questão seria alcançar uma “verdadeira pesquisa científica”, através do Centro Nacional de Tecnologia Agropecuária e Florestal (CENTA).
Além disso, precisam de “estímulo” à profissão agronômica. “Sem técnicos agrícolas, sem gente que saiba o que está fazendo, não vamos poder seguir adiante. É um esforço para os próximos 30 anos, mas é necessário fazê-lo”, disse o gerente da Abecafé.
Samayoa concordou com Rodríguez que o próximo passo, depois de assinar o pacto entre associações, é aproximar-se do Governo. Ele disse que o café é uma “carreta pesada” que devem ser empurrada de forma conjunta, pois se trata de um setor que beneficia todo o país.
As informações são do El Mundo / Tradução por Juliana Santin – Extraído do site CafePoint