ARTIGO: Safra 2022 de café e adversidades climáticas
Durante a fase reprodutiva dos grãos para safra 2022 ocorreram os problemas que poderão impactar a safra: períodos prolongados de estiagens (junho a setembro/21) e as geadas em áreas cafeicultoras (julho/21), prejudicando a florada e o pegamento dos chumbinhos (grãos novos). Os efeitos das fortes chuvas que têm castigado o estado ainda não foram avaliados neste primeiro levantamento da Conab.
Os efeitos climáticos têm reduzido o potencial produtivo neste período de bienalidade positiva, o que levará à produção menor do que a esperada também em Minas Gerais. Assim, a primeira estimativa da Conab para a temporada 2022, indica que a produção estadual seja de 26,9 milhões de sacas, sendo a grande maioria do tipo arábica. Tal projeção representa aumento de 21,9% em comparação ao total colhido na temporada passada (2021). Porém, em relação à última safra de bienalidade positiva (2020), a redução chega a 22%.
Minas Gerais é o estado tradicionalmente reconhecido como o maior produtor do grão no país. Para se ter ideia, nas últimas safras, a cafeicultura mineira produziu quase a metade de todo o volume colhido nacionalmente, reforçando a relevância do estado para o mercado do café tanto no Brasil quanto no exterior.
SAFRA 2022 NAS REGIÕES
• Sul de Minas – 13,9 milhões de sacas (+21,9% frente a 2021 e -27,1% frente a 2020)
• Cerrado Mineiro – 4,8 milhões de sacas (+1,2% frente a 2021 e -19,4% frente a 2020)
• Matas de Minas – 7,4 milhões de sacas (+51,9% frente a 2021 e -15% frente a 2020)
• Chapada de Minas – 718,8 mil sacas (+3,6% frente a 2021 e +2,2% frente a 2020) – considera-se a maior representação do cultivo da variedade conilon, que é mais resistente e sofre menos com as intempéries climáticas.
“Os dados da Conab são preliminares. É muito cedo para estimar qualquer número. As previsões divulgadas foram levantadas em dezembro, quando as lavouras estavam em pegamento do chumbinho. Em janeiro, tivemos muita queda destes pequenos grãos, de acordo com relatos de produtores de todas as regiões; além de perdas estimadas por phoma (doença fúngica) e outras adversidades. Estamos em fase de enchimento dos grãos, as chuvas se fazem benéficas. Até o início da colheita (fim de abril, maio), muita coisa pode acontecer. É preciso cautela e acompanhamento.”
Ana Carolina Alves Gomes, analista de Agronegócios do Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos
Fonte: Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos e foto de Toni Oliveira/CNA