Ainda é cedo para mensurar impacto da Covid-19 no consumo

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A Organização Internacional do Café (OIC) vem divulgando uma série de materiais referentes aos reflexos que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) causará nas economias do mundo e, principalmente, no mercado cafeeiro global.

O mais recente foi o “Impacto da Covid-19 sobre o setor cafeeiro global: o lado da demanda”, uma análise que se baseia na amostragem dos 20 maiores países consumidores, que respondem por 71% da absorção mundial de café, e cobre o intervalo entre os anos 1990 e 2018.

No documento, a OIC considera, entre outros pontos, que os resultados mostram que 1% de queda no crescimento do PIB está associado a uma redução do crescimento da demanda global de café de 0,95%, o que corresponde a 1,6 milhão de sacas de 60 kg.

O organismo indica que outros efeitos na demanda refletem as medidas de distanciamento social sobre o consumo fora de casa, já que grande parte do setor hoteleiro está sob lockdown e os locais de trabalho fechados, não havendo, assim, comercialização física de cafeterias, padarias, bares e restaurantes.

A OIC comenta, ainda, que são necessárias mais análises dos efeitos da pandemia da Covid-19 na oferta – que realizará futuramente – para melhor compreender o impacto geral desta crise no setor cafeeiro global e sobre todos os atores ao longo da cadeia produtiva.

Em alusão ao estudo, o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, concorda que a propagação da Covid-19 apresenta um desafio adicional para a cafeicultura mundial, especialmente porque o setor vive um extenso período de preços aviltados aos produtores.

“De 2016 para cá, as cotações pagas aos cafeicultores vêm em queda contínua, de maneira que muitos produtores sequer conseguem cobrir seus custos de produção, até porque o preço dos insumos continua a subir na esteira do avanço do dólar frente às moedas locais, como o real no Brasil”, comenta.

Em relação ao consumo, ele acredita que ainda é cedo para prever qual será o impacto. “O fechamento de estabelecimentos como cafeterias, bares e restaurantes em todo o mundo pesará. Contudo, o crescimento do consumo em casa compensará em parte. Talvez não haja nem queda em relação ao ciclo anterior, o que pode acontecer é um crescimento menor, aquém dos 2,5% a 3% observados recentemente”, pondera.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNC

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