FOLHA TÉCNICA: Varrição do café deve preservar folhas caídas e outros resíduos mais junto aos cafeeiros

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A varrição do café caído no chão deve ser feita de forma adequada, visando juntar, separar e recolher os frutos, que serão aproveitados e, ainda, é importante manter os resíduos orgânicos, oriundos da separação, mais junto aos cafeeiros.

A colheita de café, no Brasil, compreende duas etapas – A derriça do café da planta e o recolhimento dos frutos caídos ao chão. Esse recolhimento dá origem aos cafés de varrição, assim conhecidos pois o seu ajuntamento era, tradicionalmente, feito com vassouras, portanto varrendo.

A operação de recolhimento do café do chão pode ser feita de forma mecanizada ou manual. A prática mecanizada utiliza equipamentos comumente tracionados por trator, usualmente empregando dois tipos. O primeiro junta o material, que é composto de frutos caídos, folhas, galhos mortos e um pouco de terra, formando leiras no meio das ruas. Este é vulgarmente conhecido como varre-tudo. O segundo passa recolhendo a leira e separando o café, deixando no solo os resíduos.

O cuidado a ser adotado, para o manejo dos resíduos, deve ser a complementação com um bom trabalho de esparramação do cisco, voltando o material para junto à linha de cafeeiros, de preferência sob a saia das plantas. Essa esparramação pode ser feita ajustando o próprio equipamento enleirador, que deve passar a girar no movimento inverso ao do enleiramento, voltando o cisco para debaixo das plantas.

A operação de recolhimento do café em áreas não mecanizadas, como na cafeicultura de montanha, é usualmente praticada com o auxílio de rastelos, vassouras ou rodos, para juntar o material em montes e, então, fazendo a sua abanação e separação dos frutos. Nesse processo os resíduos da abanação permanecem espalhados na lavoura, como deve ser. Acontece que, ultimamente, vem sendo empregados sopradores motorizados de operação manual, para juntar o material. Como esse equipamento oferece facilidades no trabalho, varrendo/juntando o material do chão (frutos, folhas etc) com forte sopro de ar, em muitas propriedades os trabalhadores estão operando de forma errada. Eles vão juntando o material, de várias fileiras de cafeeiros, em uma só leira, e, mais, em muitos casos, sopram e varrem levando tudo para o carreador em baixo, ali abanando o café. Nesse processo todo o resíduo orgânico, que sobra da varrição, vai ficar longe de onde deveria ficar – junto e sob a saia dos cafeeiros.

É importante destacar que na varrição/recolhimento do café do chão, seja de forma mecanizada ou manual, o cisco remanescente, composto por resíduos orgânicos, vai servir como fonte de adubo para a lavoura. Além disso, ao ficar depositado sobre o solo, junto aos cafeeiros, vai servir de cobertura morta, melhorando a condição de umidade do solo.

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Por: J.B. Matiello e Lucas Bartelega – Engs.Agrs Fundação Procafé e Miguel A. Engelhardt – Eng Agr Emater-RJ.
Fonte: Procafé Via Peabirus