Variedades de Café desenvolvidas pela EPAMIG conquistam as três primeiras posições no 8º Prêmio de Cafés do Cerrado

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Cultivares Paraíso MG H 419-1, MGS Paraíso 2 e Topázio MG 1190 foram premiadas na Categoria Café Natural

Cafés de variedades desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) conquistaram as três primeiras posições na categoria Café Natural do 8º Prêmio de Cafés do Cerrado. O concurso, promovido pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado, contemplou as categorias Natural e Cereja Descascado. Os resultados foram divulgados no dia 29 de outubro.

O café da cultivar Paraíso MG H 419-1 produzido na Fazenda Londrina, no município do Coromandel, conquistou a primeira colocação com pontuação de 90,33 e teve a saca de 60 Kg vendida a R$20.717. “Nós já esperávamos que este café alcançasse uma nota elevada. Na fazenda temos um Q-grader que faz todo o controle de qualidade e acompanha os processos. Por tudo isso, e pela qualidade e exclusividade, esperávamos que houvesse uma boa valorização do lote. Mas o valor surpreendeu, principalmente, pelas dificuldades impostas pela pandemia”, afirma o produtor Jorge Naimeg.

Vindo de uma família paranaense que está na cafeicultura desde 1965, Naimeg conta que a chegada ao Cerrado Mineiro aconteceu em 1981. “Após três geadas em seis anos, meu pai decidiu migrar para o Cerrado e lá se vão 39 anos. Meu pai sempre foi um grande apaixonado pelo café e sua paixão contagiou a mim e aos meus irmãos. Desde 1992 quando disputamos e vencemos o primeiro concurso, buscamos aprimorar os processos, atentos ao melhor momento de colheita e com rígido controle de qualidade”, revela.

A segunda colocação foi conquistada pela Fazenda Cruzeiro do município de Carmo Paranaíba, com a cultivar MGS Paraíso 2 que obteve nota de 90,13. O cafeicultor Enivaldo Marinho Pereira conta que conheceu a variedade por meio de um experimento do pesquisador Antônio Alves Pereira, o Tonico, que se aposentou recentemente. “Sou técnico agrícola e comecei na cafeicultura em 1986. Após trabalhar em diversas fases do processo produtivo e atuar como consultor, adquiri minha primeira propriedade em 1998. Em 2010, recebi uma proposta do Tonico da EPAMIG para plantar 16 materiais diferentes e pude acompanhar o desenvolvimento dos cafés Paraíso. Após fazer amostras e colheitas verifiquei o poder de qualidade e produção”.

A propriedade de Enivaldo participa do projeto “Unidades Demonstrativas para Validação de Cultivares de Cafeeiro para as Condições da Região do Cerrado Mineiro”, implementado pela EPAMIG e pela Federação de Cafeicultores. “Tenho uma área de 1 (um) hectare com os 12 materiais testados pela EPAMIG. Após duas safras fiquei muito satisfeito com os cafés Paraíso e Aranãs, e vou plantar mais 50 mil mudas de cada uma dessas variedades”, informa.

O pesquisador da EPAMIG Gladyston Carvalho destaca que os ensaios para a validação das cultivares de café para a região do Cerrado testam nove materiais desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro da EPAMIG, em parceria com outras instituições que integram o Consórcio de Pesquisa Café, e três cultivares referência. O pesquisador informa que a cultivar Paraíso MG H 419 – 1, não participa dos experimentos por não ser adaptada à colheita mecanizada, embora seja uma referência em qualidade de bebida.

“Em função desta característica da cafeicultura na região temos recomendado a cultivar Paraíso 2, que é a melhor da EPAMIG para as condições de qualidade do Cerrado e está indo muito bem em praticamente todas as microrregiões. Temos outras como a Aranãs e a Ametista que se sobressaem em determinadas localidades. Podemos dizer, que até o momento, as cultivares Paraíso 2 e Topázio são as que têm apresentado adaptação mais ampla nas áreas avaliadas”, relata.

O superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, Juliano Tarabal, explica que o concurso avalia a qualidade física e sensorial dos grãos em três etapas de classificação. “Neste ano tivemos uma nota de corte de 87 pontos, sendo que na Categoria Café Natural a nota do terceiro colocado foi superior a 89”, ressalta. Vale lembrar que cafés com nota 80 ou acima são classificados como especiais.

A terceira colocação na categoria Café Natural ficou com a cultivar Topázio MG 1190, produzida pela Fazenda Jacu, de Cruzeiro da Fortaleza. A cafeicultora Maria Soraia Guimarães conta que ficou surpresa com a pontuação de 89,25 conquistada. “Venho de uma família de tradição cafeeira aqui do Cerrado. Tenho paixão pela cultura e investi bastante nos cuidados com a lavoura e em pós-colheita. Comecei a participar de concursos de qualidade no último ano e não esperava esses resultados tão rápido”, afirma.

Além das três primeiras colocações, as cultivares da EPAMIG também alcançaram a 7ª e a 10ª posições na Categoria Natural. O café da variedade Topázio MG 1190, da Fazenda Santa Tereza, obteve nota 88,42, e o café da variedade MGS Paraíso 2, produzido pela Fazenda Olhos d’Água nota 87,29.

Fotos: Divulgação EPAMIG / Fonte: Revista Cafeicultura

Via Peabirus