UFES conseguiu o registro de uma nova cultivar de café conilon

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A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) obteve o primeiro registro de uma cultivar de Coffea canephora com foco na saúde e na indústria de cafés solúveis. Com alto teor de ácidos clorogênicos e de sólidos solúveis, a “Salutar” é composta por cinco clones diferentes e a quarta cultivar registrada pela universidade.

A pesquisa começou em 2014, em Nova Venécia, noroeste do Estado, com 42 clones, numa parceria com cafeicultores e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com apoio das fundações de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes) e do Rio (Faperj) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O registro da nova cultivar de conilon foi realizado junto ao Ministério da Agricultura (Mapa).

O coordenador do projeto, o engenheiro agrônomo e professor do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes/Ufes), Luiz Partelli, contou com a pesquisadora Adriana Farah, pós doutora da UFRJ, nas pesquisas. Segundo Partelli, a escolha dos cinco genótipos (Graudão HP, Emcapa 02, Tardio C, Tardio V e Z 37) considerou o vigor e a resistência a pragas e doenças. Durante os estudos, as plantas se mantiveram vigorosas e com bom enfolhamento. A “Salutar” também apresentou boa produtividade.

Para o professor, a produtividade satisfatória nas condições climáticas estudadas é um atrativo para os cafeicultores. A “Salutar” é recomendada para o Espírito Santo, sul da Bahia e leste de Minas Gerais, em altitudes inferiores a 600 metros.

Além disso, o número de genótipos selecionados assegura um bom nível de fecundação cruzada. Apesar de a cultivar ser formada por cinco genótipos, a equipe de trabalho sugere ao agricultor plantar os clones como achar conveniente, desde que com orientação técnica de agrônomo, visto que a espécie C.canephora é alógama, ou seja, faz preferencialmente polinização cruzada.

Segundo Partelli, não há obrigatoriamente necessidade do plantio dos cinco clones (variedade fechada) numa mesma lavoura em linha ou misturados. O agricultor, por exemplo, pode escolher um dos clones como principal e usar outros da cultivar “Salutar” e/ou outros genótipos como cruzadores, intercalando suas linhas para garantir a fecundação plena da lavoura.

“Agradecemos aos primeiros melhoristas, os agricultores que fazem a seleção inicial da grande maioria dos genótipos disponíveis e superiores. Portanto, mantivemos o nome dos clones da forma em que eles são conhecidos entre os agricultores. Coube a nós, realizar as avaliações no campo e de laboratório, comparando diversos genótipois. Nós não desenvolvemos os genótipos estudados, mas efetuamos uma contribuição científica na caracterização e definição de quais são os genótipos, entre os estudados, com maiores teores de sólidos solúveis e ácidos clorogênicos e com produtividade satisfatória”, destaca o professor.

Fonte: Texto de Redação SafraES, vídeo de Jornal do Campo ES e foto de Fábio Partelli/Ceunes/Ufes