Tragédia no Japão preocupa situação econômica cafeeira
O desastre natural no Japão, não irá abalar somente a economia do país asiático. No Brasil, está tragédia também terá um mal reflexo na economia local, e o estado que mais sentirá esta crise será Minas Gerais. O Japão é o segundo maior comprador dos produtos mineiros, perdendo apenas para a China.
Segundo informações do Jornal Hoje em Dia, no ano passado, as vendas para o Japão totalizaram US$ 2,5 bilhões. Com uma esperada redução das importações pelo país, em função da retração da economia local e de problemas energéticos, os setores mais atingidos em Minas deverão ser os de commodities agrícolas e metálicas: minério de ferro, aço e café, principalmente.
De acordo com dados da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) entre 2009 e 2010, houve um ampliação de 101% nas vendas mineiras para o Japão, que passaram de US$ 1,2 bilhão para US$ 2,5 bilhão. “O que vemos é uma ascensão da importância relativa do Japão para Minas. Como o estado é o que mais exporta para o país, ele deverá ser o mais afetado pela redução das exportações”, ressaltou Elisa Maria Pinto da Rocha, economista da Fundação João Pinheiro.
Já o consultor de negócios internacionais da Fiemg, Alexandre de Brito Santos, lembra que as vendas de minério de ferro e de café deverão ser as mais afetadas no curto prazo. “Como 49,4% do que exportamos para o Japão foi minério de ferro, e 20,9%, café, o impacto maior será nesses setores”, afirma.
O coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg), Pierre Santos Vilela, acredita que o café terá mais dificuldade para se recuperar; “As exportações podem ser muito afetadas por causa da mudança de prioridades, que agora passam a ser alimentos de primeira necessidade. Assim que começarem a reconstruir o país, vão comprar minério, mas o café vai demorar mais para voltar a ser consumido”, disse.
Paulo Camillo Penna, presidente do Ibrama (Instituto Brasileiro de Mineração) prevê efeitos negativos imediatos para o setor, mas diz que no médio e longo prazo a mineração poderá ser beneficiada. “O Japão será reconstruído e o minério é insumo básico. A tendência é que aumentemos as exportações para o país”, afirma.
Fonte: Jornal Correio do Sul